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Enviada em: 17/10/2018

Pode-se perceber que, apesar de as páginas dos livros de História, bem como dos livros de Geografia, afirmarem que a escravidão no Brasil foi abolida no ano de 1888, a propagação desse mal ainda persiste no século atual, mais de 130 anos depois. A forma que tem se perpetuado, contudo, está revestida com uma nova roupagem, o que não apenas dificulta de maneira ímpar o seu reconhecimento e, principalmente, o seu combate, como também a faz exercer atração sobre grupos de pessoas que estejam em condições de vulnerabilidade.  No que se refere à dificuldade no reconhecimento da escravidão, pode-se demonstrar pela constante necessidade que os legisladores têm de manter atualizadas leis referentes ao trabalho escravo. Isso se faz em uma tentativa de englobar todas as formas de redução dos trabalhadores a uma condição degradante e subumana. Essas leis, na medida em que se propõem a punir os transgressores, possuem como fim último o banimento desse tipo de trabalho, a exemplo daqueles realizados com jornada excessiva ou forçadamente, em razão de dívida que o trabalho foi obrigado a contrair.  Vale também ressaltar que considerável parte da população é vítima dos problemas sociais que assolam o país. Tal condição deixa essas pessoas vulneráveis, a ponto de aceitarem trabalhos degradantes sem nem ao menos se darem conta da situação a que serão submetidas. Ademais, pode-se perceber a ação de aliciadores, os quais prometem postos de emprego na construção civil, na extração de minérios e na agricultura, entre outros. No entanto, esses trabalhos são exercidos, normalmente, em lugares distantes de onde os trabalhadores residem, dificultando sobremaneira qualquer resistência. Somado ao que foi afirmado, os imigrantes são outro grupo que costuma ser submetido a condições extremas de trabalho, uma vez que se veem sem alternativa ao adentrarem no país fugindo das já precárias condições sob as quais viviam, sendo, assim, cooptados para exercerem atividade na indústria têxtil e na construção civil.  Para que essa situação seja, portanto, revertida há que se transpor muitos obstáculos, o que poderá ser conseguido mediante uma reunião de esforços das Secretarias do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho, que poderão intensificar as ações que já desenvolvem unindo-se às Polícias Federal e Rodoviária Federal com o intuito de alcançarem uma área mais ampla de fiscalização e, por conseguinte, um maior número de trabalhadores. Somado a isso, os governos locais devem promover programas de inclusão social, com ofertas de capacitação e atendimento jurídico adequado para aqueles que passaram ou estejam passando por situações degradantes.