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Enviada em: 21/04/2017

É de conhecimento geral que, em 1888, foi estabelecida a Lei Áurea, cujo propósito era abolir a escravidão no Brasil. Todavia, a assinatura da lei não foi o suficiente para que a prática fosse banida do país e esta permanece atualmente, muitas vezes, imperceptível. Nesse contexto, muitos esquecem-se que, só porque a escravidão não é mais frequentemente vista e nítida, não significa que o ato tenha sido abolido, pelo contrário, ele persiste, na maioria das vezes implícito. Isso acontece não só quando o trabalhador é exposto a condições degradantes no trabalho, mas também devido a jornadas exaustivas e o cerceamento de sua liberdade.     Em primeiro plano, é válido expor que as condições degradantes de trabalho aos quais muitos indivíduos são submetidos são de extrema relevância para compor o significado de escravidão. De fato, condições precárias de trabalho são bastante prejudiciais, pois retiram a dignidade e expõem a saúde mental e física dos trabalhadores a riscos. É o que se vê em áreas de mineração que, além de ser uma das atividades de maior número de casos de escravidão, também foi apontada pela OIT como uma das mais perigosas de se trabalhar atualmente. Como consequência, a falta de condições dignas e medidas de segurança aos trabalhadores geram enormes riscos de acidentes e até mesmo de vida para esses indivíduos, com isso, estes tornam-se cada vez mais oprimidos.    Ademais, muitos trabalhadores são subordinados a jornadas exaustivas de trabalho e ao cerceamento de sua liberdade. Esses fatos, na maioria das vezes são provenientes de servidões por dívida, cuja principal causa é a pobreza, onde marginalizados, imigrantes, mulheres e até mesmo crianças são submetidas a condições análogas às de escravos por não terem como pagar suas despesas. Um fato histórico que exemplificou uma forma de servidão por dívida foi o sistema de parceria, promovido no Brasil no século XIX, que levou muitos imigrantes a uma situação equivalente a esta, vivida por muitos hoje. A consequência dos fatos mencionados é um ciclo vicioso, no qual o trabalhador é obrigado a permanecer, muitas vezes, isolado geograficamente e subordinado a extremas cargas horárias, desgastando-o e desumanizando-o.     É incontestável, portanto, que muitos cidadãos ainda são reféns dessa prática desumana, enquanto para a maioria da população a escravidão já deixou de existir. Logo, cabe à mídia, a promoção de campanhas que incentivem a realização de denúncias contra o trabalho escravo e irregularidades fiscais. Assim, a população auxiliaria nesse combate. Além disso, o MTE, em parceria com grandes empresas, deve fornecer cursos técnicos gratuitos em regiões carentes a fim de qualificar a mão de obra e garantir oportunidades. Dessa maneira, a exploração trabalhista irá minimizar-se.