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Enviada em: 16/05/2017

No século XVIII, a princesa Isabel sancionou a lei Áurea, a qual pôs fim à escravidão. No entanto, no século XXI, ainda há formas de trabalho semelhantes ao de escravo. Nesse contexto, cabe questionar: por que até esse momento há persistência em manter a exploração da mão de obra?   Em primeira análise, deve-se entender que a princesa aboliu a escravidão por motivos econômicos, não por lutar pelos direitos dos negros. Em vista disso, não prestou assistência a eles, deixando-os sem direitos e oportunidades de buscarem melhores condições de vida. Isso reflete nos dias atuais, em que ainda há sujeição a trabalhos análogos ao de escravo, como a escravidão por dívidas. Esse meio de exploração consiste em cobrar do trabalhador a moradia, a alimentação e as ferramentas, ao ponto da dívida ultrapassar o salário que o proletário deveria receber. Assim, o proprietário lucra, enquanto o servo apenas trabalha em condições precárias. Dessa forma, percebe-se que fatores históricos colaboraram para a continuidade da exploração de homens e mulheres que não têm outro meio de sobrevivência.     Somado a isso, há a desigualdade social que infla os índices de trabalho análogo ao de escravo. Isso porque a maior parte do dinheiro está contida em uma pequena porção da população, a classe alta. Para exemplificar, têm-se a realidade de imigrantes, que vieram ao Brasil em busca de melhores condições de vida, mas que se viram sujeitos a trabalharem para empresas que os exploram em troca de alimento e moradia, como a rede de lojas Marisa. Em 2010, fiscais do trabalho de São Paulo flagraram dezenas de imigrantes trabalhando em condições degradantes nas empresas terceirizadas que fornecem roupas à poderosa empresa. Por conseguinte, pode-se afirmar que mais uma vez o trabalho escravo foi motivado por motivos econômicos, a fim da indústria têxtil lucrar sobre o sofrimento de milhares de imigrantes.       Fica claro que a abolição da escravidão vigorá apenas na constituição, mas não na realidade de milhares de pessoas que buscam sobreviver nessa mundo capitalista. Portanto, medidas são necessárias para atenuar a problemática. É imprescindível que o Ministério da Justiça intensifique as leis que prometem fiscalizar indústrias e qualquer outro ramo capaz de explorar o trabalhador, com a finalidade de diminuir os índices de trabalho análogo ao de escravo no século XXI. Ademais, é fundamental a participação da sociedade na luta contra esse tipo de serviço, a qual pode promover manifestações contra a Marisa, por exemplo, ao deixar de comprar em suas lojas, a fim de desestabilizá-la economicamente e moralmente. Todavia, a mídia deve divulgar casos de exploração, para alertar os cidadãos de que ainda existe o trabalho escravo no país.