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Enviada em: 15/06/2017

Sabe-se que a escravidão esteve legitimada por muito tempo na História. Na antiguidade clássica, por exemplo, a servidão por dívida foi uma das maneiras usadas para validá-la. Atualmente, apesar da proibição universal, ela ainda não foi extinguida e as causas não são apenas sociais, mas também pessoais.    Em primeiro lugar, deve-se considerar que o desconhecimento do conceito de escravidão moderna dificulta a sua erradicação. É necessário entender que ela não ocorre apenas por meio de intensas jornadas de trabalho, mas também através de mecanismos semelhantes aos da Idade Antiga. Dessa forma, essa complexidade faz com que o número de denúncias seja baixo e assim também a fiscalização.    Além disso, a falta de instrução faz com que o indivíduo justifique sua situação com base no determinismo. Segundo pesquisas do projeto "Escravo, nem pensar!", mais de 30% dos trabalhadores libertados de 2003 a 2014 são analfabetos. Esse aspecto, além de simbolizar que não frequentaram a escola, significa que nunca tiveram contato com a ideia de cidadania e consequentemente, não conhecem seus direitos. Logo, acreditam que sua atual condição será sempre assim.     Portanto, fica claro que são muitos os obstáculos para o extermínio do trabalho contemporâneo. Esses, no entanto, devem ser minimizados com ação conjunta das polícias militares e rodoviárias, do Ministério Público e das Secretárias de Trabalho, para tornar o sistema de fiscalização cada vez mais eficiente. A escola também, com seu papel na educação cidadã, deve atuar na divulgação dessa problemática e da importância das denúncias. Dessa forma, a escravidão ficará, finalmente, apenas na História.