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Enviada em: 05/06/2017

Instituição sólida no Brasil colônia durante 300 anos, a escravidão foi, na teoria, abolida pela Lei Áurea em 18 de maio de 1888; apenas na teoria, porque, na prática, continuou. Persistindo o problema ao longos dos anos, o país, no século XXl, encontra dificuldades para combater, tanto no campo como nas cidades, tal degradante forma de trabalho.       O enfrentamento ao trabalho análogo à escravidão é considerado um desafio pelo Governo brasileiro, pois grande parte das pessoas que se submete a essa forma de trabalho se encontra isolada geograficamente, ou seja, em lugares remotos, como fazendas de difícil acesso. Além disso, tal desafio é agravado pelo fato de muitos trabalhadores, sofrendo ameaças físicas e psicológicas de seus respectivos proprietários, não os denunciarem, impossibilitando, assim, que a polícia identifique ambos. O problema, porém, não fica restrito ao campo: em 2015, áreas urbanas concentraram 65% dos casos de trabalho escravo, o que mostra como a exploração é camuflada no meio urbano.       Apesar de haver leis punitivas à quem mantém um outro ser humano em condições precárias de trabalho, o impasse está longe de ser solucionado. Só em 2015 mais de 1010 pessoas foram encontradas neste tipo de servidão, sendo 12 delas com menos de 16 anos, fato que mostra as contradições existentes dentro de um Estado democrático de direito alicerçado em uma constituição que garante, em tese, a liberdade e a dignidade humana.       É necessário, portanto, que haja medidas para receber o impasse. Dentre as várias alternativas possíveis para diminuir o trabalho escravo no Brasil, duas se destacam: a primeira, e talvez mais importante, é propiciar educação de qualidade à toda sociedade, de modo que a população perceba que possui direitos garantidos constitucionalmente e que o Governo, em todas as esferas, tem a obrigação os garantir; a segunda seria uma maior fiscalização da áreas, conhecidas por meio de denúncias, que utilizam o trabalho escravo em suas atividades.