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Enviada em: 02/07/2017

O Brasil foi um dos últimos países a acabar com a escravidão, através disso, corroborou para que as raízes escravocratas se mantivessem latentes até o século XXI. Em sua maioria, pessoas simples – que não possuem alto grau escolar – são levadas para grandes fazendas ou depósitos de lojas em conhecidos centros urbanos.     Com a disparidade social, econômica e cultural brasileira, uma das grandes dificuldades em acabar com o trabalho escravo é a ignorância daquele que está sendo explorado. A falta de alfabetização e o baixo – ou inexistente – conhecimento acerca dos seus direitos, incluindo – em muitos casos – a ausência de registro de identidade, acaba por dificultar as investigações e as punições dos acusados. Tendo o Artigo 5º da Constituição violado, os trabalhadores são levados com a promessa de trabalho digno e salário razoável com moradias adequadas, e no local, são expostos a longas jornadas de trabalho e a ausência de qualquer tipo de remuneração. Mostrando para a sociedade, de maneira constatada, que apenas uma pequena parcela da população tem seus direitos em respaldo.     Os direitos à saúde, à moradia, e de ir e vir não se enquadram na vida de um escravo, morando em cloacas superlotadas, sem saneamento básico e exposto à diversas doenças que não terão tratamento médico, sendo essa, a vida que nutre um sistema falho e desigual da sociedade. Outrossim, o movimentado comércio ilegal e mundial de exploradores obtém a colaboração de empresas que lucram com tamanha barbárie, vendendo seus produtos abaixo do preço de mercado e obtendo, mesmo assim, um alto lucro, não pagando o devido valor para aqueles que produzem. A sociedade acaba por ser o grande gerador desse sistema, sempre em busca de preços mais baixos, colaborando para a persistência dessa realidade, não buscando informações sobre a origem do produto oferecido.   Em 2014, pesquisas mostraram que houve diminuição em mais da metade no número de trabalhadores resgatados – 2063 em 2013 e 110 em 2014 -, diante disso, diversas medidas deverão ser postas em prática para uma maior diminuição. Através do apoio social, com um projeto que vise a fiscalização de estabelecimentos com preços duvidosos, acaba por ajudar no maior combate a essa prática. Além disso, a presença de agentes do Ministério do Trabalho em áreas mais afastadas para o cadastramento e o esclarecimento de direitos para as pessoas da região, contribuindo com a diminuição do risco dessas pessoas serem exploradas. O patrocínio de campanhas midiáticas, advindas de multas, que busquem uma maior conscientização social acerca dos direitos de todos, traz para a sociedade, a longo prazo, uma diminuição no trabalho desonesto imposto por alguns.