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Enviada em: 03/09/2017

Na conjuntura ideológica atual, nota-se que pela imposição capitalista, o homem está fadado a buscar uma maneira de sempre estar consumindo. Um dos maiores filósofos do século XIX, Karl Marx, afirmou que o conceito de ideologia está atrelado a perpetuação da dominância das classes superiores sobre as inferiores, através de um conjunto de mecanismos que constroem e desconstroem condutas, virtudes e ideias. Nesse sentido percebemos que essa óptica filosófica e a massificação da população pelos meios de comunicação estão, intrinsecamente, ligados com a problemática do trabalho escravo, pois é indubitável que a influência dessas classes superiores na sociedade, adjunto à mídia, fazem com que não haja uma reflexão sobre a presença dos resquícios da escravidão na contemporaneidade.       Na discussão atual sobre a relação da escravidão com a maneira que se procede os mecanismos de trabalho, percebe-se que há um atrelamento de uma atribuição ideológica capitalista com o reconhecimento da exploração ao trabalhador. Nesse sentido, na concepção contemporânea, muitas pessoas não sabem, verdadeiramente, como a "escravidão" se dissemina na sociedade, portanto, não encaram a situação como grave. Essa infeliz realidade minimiza as chances de denúncia e atuação de secretarias do trabalho, fazendo com que o trabalhador não reconheça se está ou não sujeito a uma submissão de extrema exploração.       Em segunda instância, de acordo com dados do G1, em 2015, o Ministério do Trabalho e da Previdência resgatou, na região rural de Minas Gerais, cerca de 1000 trabalhadores em situações análogas à escravidão, além disso, a notícia estimou que, de toda a população ativa no mercado de trabalho, 5% delas estão passando por essa mesma situação. Essa pesquisa reflete o grau de influência das classes dominantes sobre as políticas públicas, o que faz o Estado ser pouco eficiente na fiscalização das relações trabalhistas. Essa realidade faz com que o trabalhador fique submetido a baixas condições de trabalho e com pouco ou quase nenhuma remuneração.        Em virtude do que foi mencionado, fica claro que para solucionar as questões referentes a problemática da escravidão na contemporaneidade é preciso promover uma parceria entre o Estado e a família com intuito de se buscar meios que a população reconheça e reflita sobre a presença de resquícios da escravidão nas relações trabalhistas. Portanto, cabe ao primeiro criar órgãos públicos específicos para o meio rural e urbano, que fiscalizem em diversos setores públicos e privados as condições de trabalho em determinado local. Já a segunda, adjunto a mídia engajada, cabe promover campanhas e palestras que promovam o reconhecimento e o denunciamento do trabalho escravo. Afinal, deve-se reconstruir o conceito de ideologia, diferentemente, da óptica marxista na sociedade.