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Enviada em: 25/07/2017

Os novos tentáculos da escravidão moderna    Mesmo com a evolução das diretrizes universais dos direitos humanos e a democratização laboral amparada na consolidação de direitos trabalhistas(CLT) desde a era vargas, nosso país alimenta sob a cortina obscura de trabalhos degradantes e situações insalubres, novas faces do tratamento escravocrata.        Nossas raízes históricas, marcadas pela segregação de direitos civis por meio da escravidão racial e pelo patriarcalismo coronelista travestido de modelo desenvolvimentista agroexportador, cerceou liberdades, oprimiu a livre oportunidade, e estigmatizou a dignidade humana de milhares de pessoas. Hoje, no entanto, quando se pensa na superação dessa mancha histórica, estudos levantados sobre as atuais relações laborais revelam as novas faces da escravidão moderna.        Só em 2015, o ministério do trabalho e previdência social(MTPS) resgatou mais de mil pessoas sob condições de trabalho análogos à escravidão. Entre imigrantes e analfabetos, principais vítimas do agravante no setor primário, registrou-se casos de escravidão por dívidas e jornadas de trabalho sem condições insalubres adequadas, quando as novas formas de dominação local se amparam nas velhas práticas coronelistas da perpetuação do poder. Vale frizar, que os tentáculos dessa teia, não só prosperam sobre esses horizontes: a prostituição, o tráfico de pessoas e de órgãos estão entre as células progenitoras desse caos social uma vez que se apropriam de direitos inalienáveis da dignidade humana em prol dos lucros da indústria do entretenimento e da ampliação de tecido comercial clandestino.    Diante dessa realidade sufocante, a escravidão moderna se revela como uma endemia social que necessita de boicote. Orgãos como o ministério do trabalho em conjunto com secretarias da educação e professores podem veicular o esclarecimento prematuro sobre direitos trabalhistas através do implemento de suas clausulas na grade curricular primária. E a iniciativa privada de cada um pode contribuir para a erradicação desse tipo de exploração social boicotando o consumo de produtos fabricados com a usurpação da força de trabalho.