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Enviada em: 11/09/2017

Luta contra o retrocesso        Prática dilaceradora da dignidade humana, a escravidão foi abolida no Brasil em 1888, pouco tempo antes do fim do Império. Contudo, na República contemporânea, em pleno século XXI, ainda existem pessoas em condições análogas às da escravidão, por trabalharem em condições degradantes. O trabalho escravo, nesse contexto, constitui-se como um grave empecilho ao desenvolvimento do país, permanecendo intimamente relacionado a abusivos interesses econômicos e prejudicando, sobretudo, as pessoas mais socialmente vulneráveis.           Isso se deve ao fato de que os exploradores aproveitam-se, predominantemente, daqueles que não possuem meios de se defender. Dentre esses indivíduos, muitos são de baixa renda e desconhecem seus direitos laborais, assegurados pela Constituição - como o limite de oito horas diárias de trabalho – o que os faz se submeterem a condições insalubres de emprego. Acerca dessa situação, Émile Zola, importante escritor da escola realista, disserta em “Germinal”, obra que retrata as penosas e arriscadas atividades dos trabalhadores das minas de carvão.         Além do mais, oportunidades de trabalho digno são constantemente reduzidas pelos agentes econômicos hegemônicos, os quais visam ao lucro de modo incessante. Assim, essa busca descomedida é estimulada no capitalismo contemporâneo, na medida em que empresas não se comprometem com sua função social de auxílio aos seus empregados, burlando a fiscalização de suas atividades. Observa-se esse quadro na atitude de muitas grifes, como a “Coco Channel”, que explora o trabalho escravo em países pobres, como a Suazilândia, na África, em que a inspeção das fábricas é mais precária         Portanto, para que empresas não mais burlem a fiscalização e desrespeitem direitos humanos básicos, tanto o governo estadual quanto o federal devem intensificar as multas e mapear o território brasileiro, a fim de estabelecer as regiões de intenso trabalho escravo. Além disso, para que os mais pobres tenham meios de se defender da exploração, governos municipais, em associação com empresas responsáveis, podem distribuir cartilhas que informem ao trabalhador se ele está em uma situação de trabalho escravo, incentivando-o a denunciar ao Ministério Público.