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Enviada em: 23/09/2017

Até onde vai a ambição?       Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), quase 21 milhões de pessoas são sujeitas ao trabalho escravo atualmente no mundo, em sua maioria explorados por empresas privadas. Isso ocorre muito em regiões pobres, em que o indivíduo precisa ganhar dinheiro para o sustento da família, mas não consegue um emprego. Nisto, os denominados "gatos" chamam a atenção dessas pessoas com ofertas atraentes, prometendo boas condições de trabalho e um bom salário. Mas, quando chegam no suposto "emprego dos sonhos", não é bem isso que acontece.       A maior concentração de trabalho de escravo do mundo fica nas regiões da Ásia e do Pacífico (56%) e, em segundo lugar, na África (18%). Não é por acaso que a segunda maior economia do mundo é a China, e a primeira os Estados Unidos. No primeiro, se concentra a maior produção industrializada do mundo, porém com os trabalhadores em condições deploráveis. Estes não tem escolha se não aceitar, ainda mais quando não conhecem os seus direitos. O segundo, por sua vez, instala fábricas de empresas americanas na China, lucrando ainda mais com isso, por possuir mão de obra mais barata do que no próprio país. Um exemplo é a Nike, que não possui fábricas nos Estados Unidos, mas lucros altíssimos.       No Brasil, cerca de 38.769 trabalhadores foram resgatados em situação de trabalho degradante, entre 1995 e 2010, em sua maioria em empregos de grande exaustão, como o trabalho em minas e até mesmo a prostituição. Na novela "Salve Jorge", é mostrado como o tráfico de pessoas é feito, enganando principalmente estrangeiros. Isso também é comum no Brasil, pois muitas vezes o imigrante não conhece a legislação do país ou, quando tenta fugir da situação, não consegue, pois seus documentos e todas as suas informações estão retidas com o chefe do negócio, podendo até ameaçar a família do empregado. Desde 1940, existe uma lei nacional que condena quem mantém os trabalhadores em condições deploráveis, mas apenas em 2003 foram especificadas quais condições seriam essas.       Portanto, para tentar resolver o problema, é necessário primeiro uma melhor educação, que virá a longo prazo para a população e, enquanto o país ainda nega o ensino aos cidadãos, a punição dos envolvidos deve ser feita o mais rápido possível, organizando buscas por todo o país, e não apenas nas regiões ricas, que são as que recebem maior atenção. Por fim, é necessário não fechar os olhos para esses e tantos outros problemas, ocasionados pela ambição exacerbada do ser humano que, em sua maioria, só visa o dinheiro.