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Enviada em: 17/10/2017

A lei que aboliu a escravidão no Brasil não foi capaz de eliminar o trabalho escravo no país. Mais de um século após sua publicação, ainda são registrados casos em que trabalhadores vivem em situação de escravidão ou análoga a esta. As desigualdades sociais e a falta de uma fiscalização rigorosa ajudam a explicar essa vergonha nacional.      No que se refere as desigualdades sociais, é evidente que muitas das pessoas que vivem sem qualquer direito trabalhista são pobres, têm baixíssima ou nenhuma escolaridade e submetem-se à escravidão ou servidão por não possuírem escolha. De fato, mesmo sendo condenada pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, essa prática desumana é encontrada facilmente, principalmente nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, que concentram as atividades extrativistas e agropecuárias. A consequência é um ciclo de pobreza e exploração que impede qualquer possibilidade de ascensão social.      Ademais, a falta de fiscalização contribui para a permanência do problema. Com pouco efetivo, órgãos ligados ao Ministério do Trabalho não conseguem dar conta de fiscalizar um país com dimensões continentais. Sem profissionais suficientes e com leis que punem brandamente quem comete o crime, a prática da exploração se perpetua. Com isso, os quadros do frânces Debret, que pintou o contidiano do Brasil no século XIX, continuam sendo retrato fiel da realidade de muitos trabalhadores que são explorados diariamente.     Diante do exposto, constata-se a necessidade de ampliação do efetivo dos órgãos de fiscalização, a fim de que possam cobrir uma área maior do país, com atuação mais presente. Além disso, o Legislativo deve endurecer a punição a empresas que usam o trabalho escravo ou que compram produtos de quem explora os trabalhadores. À imprensa, cabe denunciar aqueles que insistem em se aproveitar da miséria alheia para obter lucros. maiores. Essas medidas servirão para coibir essa prática vergonhosa que deveria ter sido extinta em 1888.