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Enviada em: 02/11/2017

País do futuro, sempre  Segundo Millôr Fernandes, jornalista brasileiro, o Brasil é o país onde há a maior possibilidade de se criar um mundo inteiramente novo, pois caos não falta. Nessa perspectiva, a redução à condição análoga à de escravo ainda é condizente com a realidade do século atual, a qual urge pelo seu combate, por mais desafiadora que essa infeliz situação pareça. Nesse contexto, cabe analisar a recorrência da questão escravista e reverter este quadro.    Em primeiro plano, a hipossuficiência do âmbito econômico desencadeia certa codependência. Na literatura naturalista, a influência do meio era capaz de determinar um comportamento. Nesse viés, as vítimas dos defasados índices sociais são nitidamente induzidas à uma consciência de que o único meio de saída dessa miséria seria prestando árduos serviços a fim de serem compensados com a utópica esperança de ascenderem socialmente. Soma-se a isto, a insalubridade e as circunstâncias degradantes as quais estes são submetidos, o que oportuniza a subserviência devido a falta de conhecimento acerca de seus direitos enquanto cidadão.    Além disso, a retenção proposital dos trabalhadores confronta o ideário iluminista. Nesse sentido, o Iluminismo, movimento cultural - o qual valoriza a liberdade, tinha como um de seus princípios a autonomia do indivíduo, de modo que este fosse apto a pensar sem a interferência de ideologias. No entanto, diante das influências provenientes do capitalismo, esse sistema econômico preza o lucro acima dos valores morais, ferindo a dignidade do então apropriado servo, ao deixá-lo sem opções de questionar tais condutas intimidantes - visto que o empregador também, não tem sequer tempo de refletir sobre, haja vista as jornadas exaustivas do trabalho involuntário.   Torna-se evidente, portanto, que o panorama brasileiro urge por mudanças quanto a questão do trabalho escravo. Dessa forma, é de suma importância que o Ministério do Trabalho em conjunto com a esfera federal da promotoria da justiça dentro do Ministério Público,  fiscalizem a aplicação das leis com mais rigor, a fim de desestimular as práticas escravocratas por intermédio do aumento do peso das punições, e ainda garantir a plena promoção de políticas voltadas à integridade social, em defesa dos direitos humanos. Talvez com essas medidas o caos seja mitigado e permita a construção de um futuro melhor.