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Enviada em: 11/05/2018

De acordo com a teoria neomalthusiana, baseada no pensamento do iluminista Thomas Malthus, o crescimento desordenado da população de um país gera pobreza, desemprego, diminuição da renda per capita e gastos exacerbados dos recursos naturais. Nesse contexto, medidas de contenção de natalidade e planejamento familiar seriam a saída para tal problema. No cenário brasileiro, o planejamento para se construir uma família encontra diversos obstáculos, dentre eles se destacam a falta de informação sobre o tema e o conservadorismo ainda existente na sociedade.      Primeiramente, é importante enfatizar o desconhecimento por parte da população sobre o planejamento familiar. Isso porque, apesar de ser favorecido pelo Estado, que distribui meios contraceptivos na rede pública, muitas pessoas nem sequer sabem do que se trata. Dessa forma, por ser pouco explorado e explicado na escola, na família e na mídia a maioria das pessoas não sabe da importância de tal ação. Por conseguinte, aumentam cada vez mais o número de gravidezes indesejadas - que podem culminar em aborto ou evasão escolar, no caso de adolescentes- e famílias desestruturadas que não tem a mínima condição financeira e afetiva para criar uma criança.       Outro fator que se mostra como desafio para o planejamento familiar é o fato de existirem proibições de cunho religioso para o controle de natalidade. Nesse sentido, o cristianismo, que está muito presente no país devido à construção histórico-cultural brasileira, não permite uso de nenhum meio contraceptivo -além do método da tabelinha-, nem uso de preservativos. Logo, em virtude desses valores morais da fé que perduram na mentalidade de uma significativa parcela da sociedade, várias famílias, mesmo sem a conjuntura necessária para ter muitos filhos, acaba tendo-os, lhes dando atenção e cuidados insuficientes e aumentando a população do país desordenadamente.        Torna-se evidente, portanto, que o planejamento familiar é necessário, mas ainda existem dificuldades para sua efetivação no Brasil, por isso, medidas são necessárias para mitigar o problema. Em primeiro lugar, é dever do governo, por meio do MEC, distribuir cartilhas e kits educativos nas escolas e promover palestras com pedagogos, médicos e assistentes sociais que trabalhem, com os adolescentes, sobre a importância da organização na hora de iniciar uma família e exponham aquilo que o Ministério da Saúde pode ofertar para ajudar no processo; tudo isso com o intuito de educar e conscientizar os cidadãos desde a juventude. Além disso, a mídia, como formadora de opinião, deve expor propagandas e promover discussões engajadas que expliquem a função do planejamento familiar e mostrem formas para executá-lo. Assim, será possível seguir a lógica neomalthusiana e ter as famílias mais planejadas e, consequentemente, o país mais organizado.