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Enviada em: 09/11/2018

A promoção do planejamento familiar é um dos grandes desafios da sociedade. Mais que simplesmente uma questão de escolha: definir o melhor momento de ter filhos é essencial para que sejam reunidas as condições adequadas de se constituir uma família em todas as suas necessidades. O desenvolvimento social depende essencialmente disso.       Primeiramente, é importante entender o contexto social do Brasil. Segundo o IBGE, de 50 anos pra cá, a população aumentou em mais de três vezes. E esse crescimento não veio acompanhado de políticas públicas para prover os serviços e a infraestrutura adequados para tanta gente. Mesmo que a taxa de crescimento tenha caído para 0,77% e esteja baixa, é importante ressaltar que metade das gravidezes não são planejadas e que as famílias pobres são as que mais têm filhos e as que mais demandam serviços públicos, cuja qualidade é questionável. O uso de métodos contraceptivos é bem conhecido, mas nem sempre adotado.       Além disso, é preciso perceber os fundamentos culturais da formação da família. Até poucas décadas, quando o Brasil era essencialmente rural, ter filhos era a garantia de força de trabalho no campo. Como a mortalidade era alta, era comum desejar que "Deus" enviasse o máximo possível de filhos. Com urbanização e emancipação da mulher, as necessidades da vida contemporânea mudaram: prover educação, saúde, vestuário, lazer e tantos outros recursos exigidos não torna fácil criação de muitos filhos. Ainda, ressalta-se o papel que as igrejas têm na sociedade brasileira, em que a maioria delas é contra métodos contraceptivos.       Portanto, entende-se que a Política Nacional de Planejamento Familiar de 2007 não é suficiente, pois é necessária a maior aproximação com as comunidades. Assim, as secretarias municipais de educação e saúde devem preparar equipes de psicólogos e assistentes sociais para prover palestras e levar informação aos indivíduos com maior fragilidade social. Além disso, nas escolas, devem ser promovidas rodas de diálogo sobre o tema. Com informação e democracia, o Brasil crescerá do jeito certo.