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Enviada em: 10/04/2019

A pirâmide etária brasileira sofreu modificações ao longo dos anos. Em que um dos fatores que  desencadeiou essas mudanças foi o desenvolvimento dos métodos contraceptivos, o qual proporcionou a diminuição da taxa de natalidade no país. No entanto, ao analisar que quase metade das gravidezes no Brasil não são programadas, nota-se a falta de planejamento familiar na nação. Isso se deve pela precariedade de uma educação direcionada a esse assunto, mas também pela realidade do casamento infantil, o qual influencia na continuidade do ciclo da pobreza e, dessa forma, fere um dos principais objetivos desse planejamento.            Em primeiro lugar, segundo o educador Paulo Freire, a educação proporciona meios para mudar o indivíduo, e esse, assim, é apto para transformar a realidade. Entretanto, observa-se uma realidade que não dialoga cabalmente com esses ideais, uma vez que quando se observa uma sociedade que não executa o planejamento familiar, percebe-se as fragilidades existentes no sistema educacional do país. Dado que esse ao se apresentar com um dos principais formadores de opiniões deveria oferecer aulas destinadas a esse assunto. No entanto, um ensino cada vez mais técnico negligencia a sua função de construir sujeitos críticos em suas ações.             Ademais, o planejamento familiar possui como uma das finalidades diminuir problemas de cunho social, como a pobreza. Contudo, quando o Estado oferece brechas ao casamento infantil, induz, dessa forma, inúmeros desafios ao planejamento. Dado que, ao detectar que o Brasil é a quarta nação que mais realiza casamento infantil, nota-se que por detrás disso são, na maioria das vezes, meninas de baixa renda que restringem o seu campo de visão de crescimento socioeconômico somente ao casamento. No entanto, esse contexto influencia que essas sejam mães cada vez mais cedo, como demonstra que 68% dos bebês nascidos no país, são de mulheres entre a faixa etária de 15 a 19 anos, e, assim, consequentemente estarão mais sujeitas ao ciclo da pobreza. Em vista disso, dificilmente o Brasil executará de forma eficiente o planejamento familiar com a realidade do casamento infantil.          Portanto, cabe ao Ministério da Educação reformular o currículo escolar das instituições de ensino básico do país, com o objetivo de incluir aulas que debatem a importância de construir o planejamento familiar na vida futura desses estudantes e, assim, a escola se torne esse espaço elucidador por Paulo Freire; local de conscientização. Outrossim, é imprescindível que o Congresso Nacional aprove leis detinadas a proibição, em qualquer circuntâncias, do casamento infantil e somado com regulamentos que aumentem as verbas direcionadas aos campo sociais da nação, para que, dessa forma as adolescentes não vejam o casamento como solução e, ademais, a impeça de se tornarem mães.