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Enviada em: 28/09/2017

Vê-se como característica notável de países desenvolvidos uma redução significativa das taxas de natalidade, o que evidencia certo controle de natalidade. De maneira análoga, por ser um país ainda em desenvolvimento, o Brasil ainda não conseguiu estabelecer tal planejamento familiar. Dessa forma, por enfrentar desafios de natureza estrutural e subjetiva, perpetuam-se as consequências do dessa desorganização.  É importante considerar o papel da insuficiente infraestrutura social. Do Oiapoque ao Chuí existe, além da distância, diferentes realidades econômicas onde, historicamente, regiões e/ou classes sociais foram privilegiadas. Nesse sentido, embora haja uma lei que garanta a distribuição de métodos contraceptivos de forma gratuita pelo Estado, observa-se que ela não é cumprida de forma igualitária, dificultando o acesso das famílias mais pobres e condenando-as ao descontrole natalino. Desse modo, essa disparidade estrutural se mostra um dos desafios que mantêm o ciclo da miséria.  Outro ponto que se mostra relevante é a falta de consciência sobre o problema. Segundo Durkheim, a consciência coletiva é capaz de coagir os indivíduos a agirem de acordo com as regras de condutas prevalecentes. Nesse sentido, em determinadas realidades sociais predominam valores que desconhecem as consequências da falta de planejamento familiar, como expõe o Dr. Drauzio Varella sobre os elevados índices de maternidade precoce entre as presidiárias. Assim, além da estrutura física, a consciência da população também se faz árdua em relação essa problemática.  Faz-se evidente, portanto, que os penosos desafios do planejamento familiar do Brasil possuem características tanto estruturais quanto coletivas. Para frear tal problemática, o Ministério da Saúde, enquanto órgão competente, deveria ampliar, por meio da realocação de recursos, a distribuição de métodos contraceptivos em postos de saúde, para que seja garantido o acesso a todos. Ademais, cabe a mídia, na função de formadora de opinião, levantar o debate, na forma de novela ou reportagem, sobre a questão do planejamento familiar, expondo as consequências de sua negligência, para que as pessoas repensem e propaguem o controle da natalidade.