Materiais:
Enviada em: 28/09/2017

Émile Durkheim, em sua obra "Regras do Método Sociológico", afirma que a análise da sociedade deve ser racional, objetiva e livre de pré-noções. De maneira análoga, percebe-se que o planejamento familiar se encaixa na teoria do sociólogo, haja vista sua potencial abrangência na sociedade. Sob essa ótica, no Brasil, algumas dificuldades no plano educacional servem de subterfúgio para um cenário desafiador proporcionado pela falta de racionalização no desenvolvimento familiar.    Em primeiro plano, cabe ressaltar as problemáticas oriundas de um crescimento populacional sem infraestrutura adequada. Entre os estudos das dinâmicas populacionais, a teoria reformista ou marxista se destaca devido à constatação de que um aumento desequilibrado da taxa de natalidade seria um fator relevante em diversos impasses sociais. Desemprego, escasso acesso à saúde e marginalização são exemplos de preocupações geradas por uma grande população e uma ineficiente infraestrutura coexistindo na mesma sociedade. Com efeito, torna-se evidente a necessidade do planejamento familiar concomitante com investimentos do Estado, priorizando a resolução dos problemas sociais.    Todavia, o ideário teórico da racionalidade na construção da família esta bem longe de ser alcançado. Segundo a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS) 46% das gravidezes não são planejadas. Tal conjuntura decorre, sobretudo, da dificuldade educacional em lidar com assuntos relacionados ao sexo. Nas instituições de ensino, por exemplo, sempre que a problemática é levantada, um constrangimento impede o debate aprofundado e a perspectiva se torna motivo de sátiras. Dessa forma, embora o grande investimento do Ministério da Saúde, distribuindo preservativos gratuitamente em todo o território nacional, o planejamento familiar ainda encontra obstáculos que impedem seu exercício na sociedade, e, consequentemente, averigua-se  progenitores cada vez mais jovens.    Em virtude do que foi mencionado, impõe-se medidas para mitigar o impasse em vigor. Maximamente, o Governo Federal, em parceria com as instituições midiáticas, deve promover, em telejornais e redes sociais, o debate sobre a necessidade do planejamento familiar, expondo as consequências de sua ausência e publicando cartazes com campanhas de conscientização. Outrossim, o Ministério da Educação deve reservar parcela das verbas públicas para contratar especialistas no assunto, pois ,assim, aumentar-se-ia o suporte nas escolas desde o Ensino Fundamental, promovendo discussões sobre a temática "sexo" com a devida seriedade. Só assim, poder-se-á alcançar o ideário teórico da racionalidade em prol da construção familiar.