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Enviada em: 29/09/2017

A taxa de natalidade no Brasil na década de 1960, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), era de cerca de 6 filhos por família. Hoje, ainda que esse número tenha caído, a discrepância entre os mais ricos e mais pobres preocupa, pois é bem maior entre os menos privilegiados economicamente. Tal realidade evidencia a existência de desafios para o efetivo planejamento familiar no país, ligados à falta de políticas públicas na educação e à desinformação juvenil.       Em primeiro plano, a política de distribuição de contraceptivos gratuitos é benéfica, mas necessita da responsabilidade de utilização do público-alvo, a população. A efetividade de métodos como os anticoncepcionais e as camisinhas dependem de seu uso correto, ou seja, além de receber, o indivíduo deve ser instruído. A ausência dessa instrução se evidencia na tese do ex-aluno da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Julio Sacchett, na qual ele visitou zonas pobres de Porto Alegre e identificou a falta de informação da população, vendo até um caso onde a mãe adicionava o medicamento no preparo da sopa para as filhas.       Além dessa questão, o assunto ainda é tratado com preconceito dentro do âmbito familiar que, diversas vezes, exclui o tema do debate com os filhos. Entretanto, tal fase da vida é também um momento de descobertas e, sem as devidas informações dos riscos  de doenças sexualmente transmissíveis, de gravidez e da necessidade de se preparar profissionalmente para o futuro, os jovens, em parcela dos casos, tomam decisões inconsequentes. Ratifica-se isso na pesquisa do Ministério da Saúde que revela que quase metade das gravidezes não são planejadas.       Fica evidente, assim, que ambas questões, política e cultural, impedem o fim do problema. Para revertê-lo, cabe ao Governo Federal em parceria com publicitários em estágio, a preparação de material de ensino do uso dos métodos, aos canais televisivos, às redes sociais e em panfletos nos postos e hospitais. À mídia, cabe falar no tema em novelas e programas televisivos para atingir o núcleo familiar e, assim, tornar o assunto rotineiro.