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Enviada em: 30/09/2017

Dar à luz liberdade e suporte para decidir   Contíguo ao surgimento do iluminismo, o homem remodelou-se sobre uma perspectiva não mais teocrática ou embasada unicamente no poder autoritário do rei. Autores como John Locke deram à luz suas teses mediante profundas reflexões e em forma de ações paliativas empáticas ao povo, de modo a garantir direitos naturais inalienáveis de bem-estar social. Dessa forma, tendo em vista a inspiração do iluminismo em sua democracia, faz-se imperiosa uma ponderação quanto ao governo hodierno brasileiro, sob ângulo, sobretudo, do planejamento familiar e controle de natalidade.    Ainda que o país esteja em constante desenvolvimento e, dissemelhante de outros, alcançado patamares de potência econômica mundial, tal conjuntura é somente realidade majoritariamente na região sudeste. A camada demográfica situada em locais mais pobres, como no agreste ou na região norte, continua a enfrentar imbróglios simples no que tange o controle de natalidade. Mesmo com provectos programas sociais de planejamento familiar cedidos pelo Estado, a oferta não é capaz de cobrir a demanda. E fácil depreender-se que tal sistema ainda é falho ao encontrar-se, pelo país, diversos casos de mães solteiras ou pais com mais de três filhos.    Todavia, em contrapartida ao supracitado se encontra o contingente demográfico que segue os padrões europeus e faz uso dos diversos métodos contraceptivos encontrados no mercado. A fim de garantir a vida acadêmica e, futuramente, obter melhores empregos, afastando-se do mimetismo causado pela crise econômica, homens e mulheres têm planejado e adiado a criação de novas famílias. Ademais, a escolha cada vez maior por filhos únicos mostra a nova realidade das famílias que, para dar maior base e estrutura financeira, assim como atenção e cuidados básicos, tem optado por procedimentos cirúrgicos irreversíveis precocemente.    Portanto, parafraseando Locke ao afirmar que onde não há suporte da União não há liberdade, é incontrovertível a ação do Governo Federal em planos de premência. Para tal, é da alçada deste um aumento na cobertura de seus projetos, de forma que até mesmo a parcela mais pobre e afastada dos centros urbanos possa ser beneficiada. Ao dedicar maior parte de seu PIB exclusivamente aos projetos de controle de natalidade, para que novos agentes de saúde possam chegar a qualquer comunidade, abraçar-se-ia os que mais precisam de ajuda no momento. Também, seria interessante que novas cirurgias pudessem ser ofertadas pela SUS, de maneira que a fila de espera diminuísse. Assim, medidas de mitigação diminuiriam a remediação futura com outros dispêndios, sendo benéfico tanto para o Governo quanto para a população.