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Enviada em: 01/10/2017

No filme "Juno", a protagonista é uma adolescente grávida de 16 anos que enfrenta um dilema entre interromper a gravidez ou encaminhar o filho à adoção. Essa situação descreve a vida de muitas famílias que não realizaram um planejamento familiar eficiente e não possuem condições socioeconômicas de criar a sua prole. Por isso, é essencial garantir esse planejamento no Brasil, seja por meio da educação ou pelo apoio estatal, e equilibra-lo com as necessidades econômicas do país.      Primeiramente, é válido destacar a importância da educação sexual e financeira. Segundo o teórico Sir Arthur Lewis: "A educação nunca foi despesa. Sempre foi investimento com retorno garantido". Nesse sentido, fornecer informações à população sobre o uso de métodos contraceptivos e conhecimentos básicos de economia, a fim de determinar o custo de vida da família, são importantes e devem ser incentivados, mesmo que seus benefícios só apareçam a longo prazo. Assim, é possível prevenir problemas associados ao não planejamento, como o aumento do número de crianças para adoção e abortos ilegais.      Outrossim, é importante conciliar essa questão social com a econômica. Isso porque, com a diminuição do número de filhos por mulher e o aumento do número de idosos, a tendência é que a população economicamente ativa brasileira seja reduzida e haja um déficit de mão de obra no futuro. De forma semelhante, países europeus, como França e Holanda, já possuem campanhas de incentivo à natalidade, já que essa situação afeta diretamente a economia nacional. Dessa maneira, é necessário agir de forma preventiva, pois, ainda que o Brasil não apresente o mesmo problema no presente, a redução da taxa de fecundidade de 4,35 para 1,9 filhos por mulher em menos de 30 anos, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), demonstra a gravidade da situação.      Pode-se perceber, portanto, que o planejamento familiar deve ser incentivado de forma que reduza os impactos econômicos e os problemas sociais relacionados à sua ausência. Para isso, é essencial que sejam promovidos investimentos nas áreas da saúde, da educação e da geração de empregos. Dessa forma, o Ministério da Saúde, em parceria com ONGs, podem organizar palestras educativas e eventos sociais, com o objetivo de divulgar informações acerca do controle de natalidade, disponibilizar consultas médicas e distribuir diversos métodos contraceptivos de forma gratuita, como camisinhas e pílulas anticoncepcionais. Além disso, o Poder Público também poderá atuar na geração de empregos e na qualificação profissional, por meio da disponibilização de cursos profissionalizantes gratuitos, a fim de combater o desemprego, garantir o sustento da família e contribuir de forma positiva para a economia nacional. Assim, é possível prevenir os efeitos negativos do não planejamento familiar.