Materiais:
Enviada em: 27/10/2017

A tentativa dos governos de impor uma racionalidade um planejamento racional do núcleo familiar não vem de hoje. Desde os anos 50, com a Revolução Cultural de Mao Tse Tung, o governo chinês procura impor, com a lei do filho único, uma racionalização do núcleo familiar de modo a torná-lo sustentável. Por outro lado, as famílias buscam ter a liberdade de realizar-se enquanto tal decidindo o modelo de família que pretendem se tornar e, isso, passa, necessariamente pelo número de filhos que pretendem ter. Assim dois aspectos perpassam a questão: a liberdade de planejamento e a razoabilidade desta decisão.       Em primeiro lugar, deve-se ter em perspectiva que, muitas vezes, um projeto de vida realizada inclui o modelo de família que cada um pretende constituir. Se, por um lado alguns pretendem uma liberdade maior em suas vidas sem a responsabilidade de ter uma criança para cuidar, por outro, muitos desejam e planejam uma vida com muitos filhos. Uma escolha que envolve valores culturais e sociais e que não podem ser planificadas ou impostas pelo Estado. Este, por sua vez, pode ajudar os casais a exercer sua liberdade, tendo em vista seu projeto de vida boa.       Por outro lado, verificam-se situações, sobretudo, nas comunidade mais carentes, em que há uma enorme dificuldade de realizar este planejamento. Seja pela falta de informações em relação ao uso de métodos contraceptivos, seja a dificuldade de acesso a eles. Por óbvio, não se trata de impor uma esterilização forçada, negando a estas pessoas o direito à maternidade/paternidade, mas, antes, dar condições a todos de exercer este direito com responsabilidade. Como dizia o filósofo Sartre, liberdade não é fazer tudo que se deseja, liberdade somente pode existir quando aceitamos as consequências de nossos atos.       Neste sentido, medidas devem ser tomadas para garantir um real planejamento familiar. As Secretarias de Saúde, devem disponibilizar o acesso a métodos contraceptivos, de maneira ampla, a  fim de evitar, mormente entre jovens, uma gravidez indesejada As Secretarias de Educação, por sua vez , podem incluir o planejamento familiar, como conteúdo transversal ,a ser inserido nas aulas de biologia, como forma de  conscientizar os adolescentes sobre a importância de ter um efetivo planejamento familiar, tornando-oe de decidir se e quando desejam ter filhos