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Enviada em: 26/05/2018

"Vivemos em tempos líquidos." O conceito de liquidez proposto pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman, remete diretamente ao contexto das interações humanas no século XXI. Com o crescente avanço das tecnologias, mudou-se o modo de vender e disseminar a cultura no mundo. Concomitantemente, a Internet encurtou distâncias e facilitou o acesso à várias práticas culturais como por exemplo as obras de arte e filmes internacionais, que hoje circulam com certa facilidade nos meios de comunicação.       A chamada Indústria Cultural proposta pelos sociólogos Adorno e Horkheimer, rege o fazer cultural na contemporaneidade. Com isso, o lucro passou a se tornar o principal objetivo dos produtores culturais dos mais diversos segmentos, elitizando o que antes era simples e barato. No entanto, a média salarial da população não acompanha a alta dos preços impostos para se ter acesso à determinadas formas culturais, excluindo os mais pobres e dando margem à pirataria e comercialização de produtos ilegais.       Ademais, é valido destacar a importância do conhecimento de mundo para a formação de um indivíduo crítico. Dados do Ministério da Cultura mostram que mais da metade da população brasileira nunca entrou em contato com exposições de arte ou museus, números que comprometem seriamente a democracia e o direito à informação. A formação escolar deficitária e a pouca importância dada a disciplina de artes nas instituições de ensino, corroboram para diminuir ainda mais o desejo e a empatia pelo conhecimento, formando indivíduos alienados e dentro do senso comum.       Faz-se evidente, portanto, a implementação de medidas voltadas para a maior inserção social no meio cultural. Nesse sentido, as escolas públicas e privadas com o apoio do Ministério da Cultura devem promover o real e eficaz ensino de artes, com professores qualificados e atividades lúdicas a fim de proporcionar o gosto pelas diversas formas culturais. Atrelado à isso, a ampliação de programas governamentais voltados para uma maior interação entre arte e pessoas carentes deve ser prioridade junto com a educação, tornando as artes acessíveis para todos. Desse modo, será possível mudar a realidade descrita por Bauman e construir um novo futuro.