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Enviada em: 15/06/2018

A modernização tecnológica permitiu o uso de diversos meios para a difusão da cultura, especialmente os de comunicação. Analogamente, durante a Era Vargas, a “Hora do Brasil”, era transmitida nas rádios, não somente para enaltecer o então presidente, mas para difundir a cultura brasileira por meio da música. Contudo, seguindo um viés mercadológico, a democratização da cultura no país passou a enfrentar obstáculos, tendo em vista a elitização do acesso, além da falta de bens culturais nas periferias.      Por esse viés, observa-se que o acesso à cultura é altamente restrito, com limitações socioeconômicas, favorecendo os detentores de maior poder aquisitivo. Isso fica claro ao evidenciar que, em meio a indústria cultural, houve a objetificação da cultura, no qual o valor financeiro transpôs a concepção democrática. Assim, o preço estipulado a espetáculos culturais se torna inacessível a grande parte da sociedade, transformando-a em um espaço segregado, no qual o capital passa a influenciar os padrões de integração do indivíduo.        Ademais, o fato das manifestações culturais ocorrerem em zonas economicamente estratégicas, potencializa a problemática. Certamente, com a perda do valor cultural em detrimento do valor econômico, a concentração de amostras culturais nos grandes centros urbanos contribui para o déficit no acesso. Nesse sentido, peças teatrais, cinemas, livrarias e museus possuem seus polos nos centros das grandes capitais, afastados das populações que residem nas periferias. Por conseguinte, como 16% da população brasileira reside nesses locais, segundo dados do IBGE, o princípio da democratização cultural é defasado, já que esses indivíduos possuem dificuldades e limitações de acesso.        Fica claro, portanto, que permitir à população o acesso à cultura, é permitir a inclusão social. Desse modo, uma forma eficaz para mitigar a segregação existente é a criação pelos Municípios com o apoio do Ministério da Cultura, de pontos de cultura. Decerto, o intuito é o estabelecimento de bens culturais, como cinemas e teatros em locais com comunidades excluídas, além do financiamento dessas entidades para que os valores dos ingressos sejam acessíveis. Dessa forma, a desconcentração dos polos culturais em direção à periferia, com valores mais inclusivos, tende a levar desenvolvimento intelectual e moral ao indivíduo, além de inclusão social.