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Enviada em: 27/07/2018

Cultura é o conjunto de costumes, valores, crenças e expressões artísticas que orientam e dão identidade a um grupo social. Contudo, essa definição fica apenas na teoria uma vez que, assim como elucida o filósofo Theodor Adorno, a cultura é vendida segundo a lógica do mercado capitalista, ou seja, de forma excludente e elitista. Portanto, para democratizar o acesso a ela, é necessário entender as verdadeiras causas desse problema a fim de solucioná-lo.  A princípio, pode-se perceber que essa situação é causada pela marginalização de certas expressões culturais. Historicamente, muitos países foram colonizados por outros mais desenvolvidos financeiramente. Junto a esse processo, houve uma tentativa por parte dos colonizadores de impor sua cultura aos nativos dos novos territórios, como ocorreu com os indígenas após a chegada dos portugueses no Brasil. Sob essa ótica, alguns elementos da identidade desses povos foram perdidos ao longo do tempo, ao passo em que outros não recebem a devida atenção visto que há uma tendência dos países considerados subdesenvolvidos de assimilar costumes provenientes, em especial, da Europa e América do Norte.   Além disso, conforme defendia o sociólogo Pierre de bourdieu, o capital cultural de um indivíduo tem forte relação com sua origem social. Isto é, o acúmulo de conhecimento apreendido por meio de livros, museus, cinema, teatro e artes no geral é um fenômeno elitista. Esse fator se deve tanto pelos preços elevados dessas ofertas culturais se comparados à média salarial das classes C, D e E, quanto pela dificuldade de acesso a esses locais, que se concentram, em sua maioria, nos grandes centros urbanos. Por esse motivo, mais de 70% dos brasileiros nunca assistiram a um espetáculo de dança, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).  Diante do exposto, é dever de toda a sociedade valer-se de medidas para superar os entraves que impedem a consolidação de um direito constitucional democrático. Dessa maneira, para garantir o acesso igualitário de todos a esse meio, o Ministério da Cultura deve descentralizar o processo artístico e reduzir o valor da entrada nesses locais, o que pode ser feito através de incentivos financeiros às prefeituras de diversas regiões do país para promoverem eventos culturais de qualidade e baixo custo. Somando-se a isso, é fundamental que essas prefeituras, com o auxílio da escola, valorizem as tradições típicas da cidade além de outras culturas historicamente marginalizadas, como a indígena e a africana. Somente assim, a cultura poderá ser vista como fonte de união e não um meio de segregar ainda mais as diferentes classes sociais.