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Enviada em: 10/10/2018

De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um “corpo biológico” por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si. Desse modo, para que esse organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos os direitos dos cidadãos sejam garantidos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre, pois nem todos têm acesso à cultura e o acesso é garantido na Constituição de 1988.     Primeiramente, é preciso ressaltar os altos preços de acesso aos meios culturais, bem como a falta de espaços físicos destinados a essas questões. De fato, na maioria das cidades do interior, é muito difícil encontrar bons livros, assistir às peças teatrais ou utilizar um cinema estruturado, como apontam dados do IBGE, cujos números indicam a ausência de livrarias, salas de filmes e teatros em mais de 70% das cidades brasileiras. Aliás, quando trata-se de elementos mais específicos, como TV a cabo e exposições de arte, por exemplo, o quadro se torna ainda mais sombrio.     Além disso, é preciso ressaltar também o fato da falta de acesso à cultura ser maior nas classes pobres e o quanto interferem na vida educacional delas. A cultura se transforma em um instrumento de dominação e segundo Pierre Bourdieu, os alunos mais pobres que não tiveram acesso à cultura já chegam à escola em desvantagem. Um exemplo da importância do capital cultural é o Exame Nacional do Ensino Médio, o ENEM no qual a prova traz questões com autores como Paulo Freire, Simone de Beauvoir, Sérgio Buarque de Holanda e Milton Santos e esses teóricos não são tratados na maioria das escolas.    Fica claro, portanto, que medidas precisam ser tomadas para democratização do acesso à cultura. Desse modo, cabe ao Governo Federal destinar mais verbas para a cultura a fim de que espaços como museus e textos sejam construídos, assim como conceder benefícios fiscais para empresas voltadas à disseminação de produções artísticas. Logo, pode-se chegar a uma solução em alguns anos.