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Enviada em: 05/09/2018

A Revolução Francesa trouxe ao mundo o ideário de fraternidade, liberdade e igualdade, porém este último conceito não se faz presente no Brasil, no que se diz respeito ao acesso à cultura, tendo em vista que existe uma desigualdade entre as classes sociais nesse âmbito. Certamente, tal disparidade se da, muitas vezes, pois as formas de manifestações culturais ( cinemas, teatros, museus, show,etc) estão concentradas em regiões centrais e especificas e, também, porque existe um alto custo para ter acesso á essa. Dessa forma, medidas devem ser adotadas para resolver esses desafios que inviabilizam a democratização da cultura.    Decerto, é notório aos cidadãos brasileiros que a maioria das inúmeras formas de exibição cultural localizam-se em grandes centros, o que é confirmado pelos dados do IBGE, os quais afirmam que apenas 10% das cidades brasileiras têm locais físicos de acesso à cultura e que dessas, mais de metade ficam em regiões centrais das metrópoles nacionais e regionais( onde a maioria dos moradores são de classe média alta). Em virtude disso, regiões periféricas das grandes cidades e os municípios interioranos tornam-se isentos desse tipo de lazer, o que dificulta a democratização da cultura e reflete mais um dos problemas de desigualdade do Brasil.     Ademais, outro desafio para democratizar o acesso á exibições culturais no território nacional é o alto preço dessas, tendo em vista que a parcela menos afortunada da sociedade não tem condições para pagar pelo espetáculo. Vale ressaltar que o problema do elevado custo é reflexo da Industria Cultural, pois esta cria a arte visando o lucro, fazendo da cultura um produto, o que de acordo com o sociólogo Adorno, faz dessa um privilégio apenas para quem tem renda alta.     Portanto, é de dever do Estado, através das verbas destinadas ao Ministério da Cultura, criar projetos que instaurem cinemas, teatros, museus( entre outras formas de manifestações culturais) em regiões periféricas e interioranas do Brasil, a fim de descentralizar a cultura dos grandes centros das metrópoles, tornando igualitária o acesso á essa e , consequentemente, alterando os dados fornecidos pelo IBGE. É de dever governamental, também, por meio de negociações com os locais de exibições culturais, criar parceria com estes para que eles realizem sessões á preço popular, e com isso, a parcela menos afortunada da população terá condições de ir aos espetáculos , contrapondo, assim, a ideia de Adorno e minimizando os efeitos da Indústria Cultural. A soma de tais medidas é essencial para conter os desafios da democratização do acesso á cultura e tornas a sociedade mais igualitária , dessa forma, mantendo o legado da Revolução Francesa.