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Enviada em: 27/09/2018

Da teoria à prática.       Desde o Iluminismo, já sabemos -ou deveríamos saber- que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa os desafios para a democratização do acesso à cultura no Brasil, percebe-se que esse ideal iluminista é verificado na teoria e não desejavelmente na prática. Nessa perspectiva, para que seja conquistada a popularização do acesso à cultura, hão de ser analisadas as verdadeiras dificuldades de tal questão.       Em uma primeira análise, não há dúvidas de que a falta de investimentos e leis de incentivo ao acesso à cultura influi nos desafios de tamanha problemática. Por mais que a lei Rouanet esteja vigente  desde a década de 80, a qual visa oportunizar empresas privadas a investirem em projetos culturais e, ao mesmo tempo terem seus investimentos descontados no Imposto de Renda, a mesma não colabora para o acesso amplo da população brasileira. Prova disso são os dados do Instituto Nacional de Pesquisas, o qual evidencia, que, cerca de 70% da população ainda não dispõe de acesso aos meios culturais no Brasil. Logo, faz-se necessário uma postura ativa do poder público a tal dificuldade.       Concomitantemente, a centralização da representatividade cultural favorece para intensificar as dificuldades referentes a democratização do acesso à cultura no país. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 90% dos teatros, museus e cinemas encontram-se nas grandes metrópoles, o que, consequentemente, desestimula a parcela da sociedade que não reside em tais centros. Outrossim, os altos custos e a falta de acessibilidade promovem, em última análise, uma segregação social e econômica, visto que inviabiliza a população de baixa renda, bem como os portadores de deficiência física a frequentarem tais espaços.       Torna-se evidente, portanto, que ações em conjunto devem ser tomadas acerca da democratização do acesso à cultura no brasil. O poder Legislativo, por intermédio de emendas na lei Rouanet, deve proporcionar uma maximização do acesso a cultura, como destinar verbas para festivais de músicas tradicionais de cada estado, a fim de evidenciar as culturas das regiões e proporcionar uma maior difusão das tradições de cada estado. Somado a isso, o poder Executivo e às empresas culturais, cabem a fiscalização e a autuação dos locais que não garantirem a acessibilidade, bem como proporcionar sessões gratuitas ou a preços populares em regiões periféricas das grandes cidades. Talvez dessa forma os desafios do acesso à cultura no país se faça presente apenas nos futuros livros de história e a sociedade possa transformar os ideais iluministas em prática, e não apenas em teoria.