Materiais:
Enviada em: 29/04/2017

O valor do livro no Brasil faz parecer que a cultura é mais importante que a alimentação. Isso é um reflexo da história de formação do país. Assim, inevitavelmente, a cultura nacional é um esforço de poucos. Esforço esse, definitivamente criado para uma elite rica, desconfigurada, que não representa a nação. Desse modo, o que resta à população, é o que se chama: a cultura de "arrastão", o baile funk, o samba, a cultura dos pobres, em outras palavras. Infelizmente, o Brasil é um país governado por uma aristocracia, ao contrário do que exige a constituição, não representativa. Afinal, esse governo não tem o mérito de representar os interesses da população. Nesse sentido, por longos períodos da história, a cultura, em seu sentido elevado: artes plásticas, literatura, dança e teatro, por exemplo, foram idealizadas para um público elitizado, de classe alta. Prova disso são os valores, ainda hoje cobrados para a entrada em eventos desse tipo. Ainda nesse caminho, um livro de literatura de 120 páginas da Editora Companhia das Letras, por exemplo, custa algo em torno de 30 reais. Em contraponto, na Argentina, esse mesmo livro não sairia por mais que dez reais.  Ademais, pensar em democratizar o acesso à cultura tem que partir do interesse da população. Embora o sistema educacional seja limitado, pouco diverso, hoje existe a internet que permite às pessoas acesso à cultura ilimitada. A partir disso, do surgimento de um interesse renovado em cultura "elevada", faz sentido a população se mobilizar no sentido de exigir a equiparação dos valores e acesso à cultura pelo governo.   Logo, não foge à realidade entender que a população, em geral, mais pobre; na verdade, não lhe falta cultura, mas sim, o acesso de maneira igualitária. A cultura existe, o que e necessário é torná-la menos custosa às pessoas das quais a cultura depende para existir. Por isso, utilizando-se de mecanismos que já existem, o governo poderia elevar o valor limite do cartão cidadão, permitindo assim um maior acesso a eventos de cultura.