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Enviada em: 24/04/2017

É possível afirmar que o Brasil é um país rico em sua diversidade cultural, uma vez que a miscigenação é evidente e resulta da chegada de povos distintos ao território brasileiro. Entretanto, é nítido que a cultura popular vem sendo gradativamente esquecida, seja pela intensa globalização, seja pelo capitalismo que, por sua vez, dificulta a democratização do acesso à cultura.                                          Relativo à globalização, é possível destacar tanto aspectos positivos quanto negativos. Se por um lado, promove a integração entre os países e as pessoas do mundo todo; por outro, permite que culturas externas exerçam influência sobre a identidade cultural do país, o que não é completamente negativo, exceto a partir do momento em que começa a se sobrepor à essa. Sendo assim, a unicidade das características nativas vão perdendo o prestígio da própria população brasileira.       Somado a isso, percebe-se que o capitalismo atua como fator prejudicial à valorização e construção da história brasileira, uma vez que a indústria cultural, termo criado por Adorno e Horkheimer e regido pelos ideais capitalistas, é aquilo a que o povo é imposto a ter como cultura. Assim, como o sistema econômico em questão busca, primordialmente, o lucro, aquilo que é imposto é o que promoverá vantagens ao mercado e não necessariamente à população.      Ademais, percebe-se as dificuldades enfrentadas pelas classes sociais mais baixas quando a questão trata-se do acesso à cinemas, teatros, entre outros meios que difundem a cultura popular. As classes menos favorecidas, portanto, mesmo tendo sua cultura marcada em tudo que fazem, não tem acesso à cultura do próprio país, fator imprescindível à valorização e construção da cultura popular como um todo.    Desse modo, para impedir a continuidade dessa situação, é imprescindível a intervenção governamental, por meio da oferta de subsídios à empresas de cinema que oferecerem preços mais acessíveis à classes sociais mais baixas. Ademais, é necessário que, afim de garantir que o direito do cidadão de acesso à cultura seja cumprido, é necessário que sejam adotadas políticas públicas específicas a esse grupo. Segundo o filósofo Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. O Ministério da Educação deve, portanto, incluir na grade curricular escolar uma matéria voltada à cultura nacional a fim de impedir que a indústria cultural provoque a homogeneização das diversas configurações culturais do país.