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Enviada em: 29/04/2017

" Você tem sede de quê? / Você tem fome de quê?", parte do trecho da música "Comida", do grupo Titãs, indaga de forma crítica que não é apenas de necessidades básicas, bebida e comida, que um cidadão se concretiza, mas também do acesso à cultura. Desse modo, embasado na pluralidade de alternativas artísticas nacionais, a democratização e valorização cultural são meios à formação sócio-moral e intelectual de uma sociedade.     Segundo o sociólogo Adorno, as artes se submeteram às leis de mercado, surgindo assim a "cultura de massa". Com isso, a massificação de restritas opções culturais no país induz a homogenização da criticidade dos cidadãos. Prova disso, conforme pesquisa do Sesc, no Brasil, quase 90% dos brasileiros não frequentam teatros, museus, cinemas e similares. Concomitante a isso, uma média de 75% mante-se informado através da Tv aberta, o que impõe estratégias à reversão desta situação.    Além disso, a limitação no acesso ao acervo cultural nacional é preocupante. A exemplo, a média de preços dos livros e eventos de artes, em relação à faixa salarial da população, e a ausência de centros culturais, na grande maioria das cidades do Brasil, são alguns dos fatores que fomentam esta conjuntura. Dessa forma, a relevância de projetos atuais do Ministério da Cultura, como Meia-entrada e Vale Cultura, aos espectadores, e a lei Rouanet, à classe artística, tornam-se essenciais ao país.   Diante dos fatos expostos, para democratizar o vasto conteúdo dos patrimônios materiais e imateriais nacionais, é imprescindível o trabalho mútuo entre gestores municipais, mídia e empresas locais, por meio de Parcerias Público-Privadas, com o intuito de promover e engajar a população ao consumo cultural. Assim, através do incentivo à apresentação de espetáculos teatrais e folclore regional, em praças, feiras e centros culturais, como fonte de conhecimento, aos cidadãos,  e renda, aos artistas da região, tornam-se estes métodos cruciais a dignificação cultural da sociedade e como "resposta", como elencado na canção dos Titãs, às necessidades do homem: "a gente quer comida, diversão e arte".