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Enviada em: 27/04/2017

O início da caminhada     Partindo do seu processo histórico, desde 1922, as reflexões sobre os desafios para a democratização do acesso à cultura se fazem emblemáticas. Enquanto no início do século XX houve a Semana de Arte Moderna, movimento que abordou aspectos culturais da época ligado à aproximação popular, hoje, em 2017, observa-se que o acesso não é amplamente difundido. Nesse sentido, é imperativo entender que, apesar de ser um quesito assegurado pelos Direitos Humanos, o seu ingresso não é democrático.        Em primeira instância, pode-se notar uma distribuição desigual dos museus, teatros e galerias de arte. Segundo um estudo da Universidade Federal Fluminense, os centros culturais do Rio de Janeiro estão localizados no centro-sul do estado, local onde há maior concentração de renda e menor contingente populacional. No entanto, em regiões mais povoadas e/ou mais pobres, os cidadãos mal têm acesso ao cinema ou à biblioteca, visto que essas instituições inexistem. Nesse panorama, para ingressar em outros meios, esses indivíduos devem deslocar-se por grandes distâncias. Nessa perspectiva, é natural afirmar que o fato das estruturas culturais estarem presentes em áreas afastadas de boa parte da população contribui para um cenário antidemocrático atual.      Ademais, chega-se a uma representativa questão: o valor abusivo. De acordo com os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), setenta e um por cento dos brasileiros entrevistados alegam que os preços altos são um empecilho para usufruir dos bens culturais. Dessa forma, o Ministério da Cultura deverá criar campanhas, com a aplicação da “Semana da Cultura” em diversas regiões do Brasil, com entrada franca por uma semana a cada mês, para assim, aumentar a adesão da população e contribuir para a construção do capital cultural desses indivíduos.       Fica evidente, portanto, que medidas devem ser elaboradas de forma a diminuir a desigualdade cultural. Diante disso, cabe ao governo do Estado investir na criação de novos centros culturais em áreas mais povoadas da cidade, para aumentar o adesão, além de criar oficinas de artesanato e arte semanais nesses locais, a fim de promover os Direitos Humanos referentes ao acesso à cultura; à mídia, em parceria com às organizações não governamentais, disponibilizar ingressos de espetáculos a preços populares ou promoções em programas de TV aos domingos, para minimizar um dos maiores problemas relatados de acordo com o IPEA . Os caminhos já são conhecidos, basta realizar os primeiros passos.