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Enviada em: 25/04/2017

Segundo o teórico literário Roland Barthes, qualquer texto é um novo tecido de situações passadas. Similarmente, a cultura é resultante de hábitos, tradições e costumes construídos ou perpetuados ao longo da história de determinado lugar. No caso do Brasil, país com forte reconhecimento internacional em relação à suas tradições singulares, observa-se que o avanço tecnológico recente não teve como efeito a plena democratização, entre todas as classes sociais e regiões, do acesso à leitura e outros meios de entretenimento. Este problema é diariamente agravado em razão da falta de investimentos no setor educacional e nas áreas rurais e periféricas.       Primeiramente, o descaso com a educação brasileira contribui para a alta desigualdade no acesso à produção cultural. São poucas as escolas e universidades que recebem os devidos investimentos governamentais não somente para contratar profissionais aptos ao ensino de matérias do ciclo básico e extracurriculares, como também para incentivar o hábito de leitura dos alunos, seja este encorajado por suportes físicos ou virtuais. Com isso, muitos cidadãos ingressam no mercado de trabalho sem uma boa formação prática e teórica sobre a cultura do país. Tal fato resultou na criação do Vale-Cultura para os trabalhadores, como medida do Estado para amenizar a desigualdade ao viabilizar o acesso à diferentes meios de entretenimento.       Em segunda análise, a negligência com as áreas rurais e periféricas ocasiona no desenvolvimento de um Brasil cada vez mais segmentado culturalmente. A ausência do Poder Público, tanto relacionada ao víes científico quanto ao social, nessas localidades com alta riqueza artística e intelectual impede o pleno conhecimento, por outras regiões onde a atuação do Estado é presente, da pluralidade social existente no nação. É imprescindível, então, que haja o incentivo, por meio de ações conjuntas entre o governo e a sociedade civil, à políticas culturais e tecnológicas nos níveis estaduais e municipais, de modo que a diversidade nacional seja reforçada como fator essencial no desenvolvimento do país, como afirma o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.       Por conseguinte, urge que o Ministério da Educação e o Ministério da Cultura, em parceria, invistam na educação e no desenvolvimento cultural e tecnológico de todos os estados brasileiros, de forma que o Poder Judiciário fiscalize os projetos e políticas criados, sendo penalizado legalmente qualquer desvio de verba, garantindo, assim, o direito de acesso à cultura presente na Constituição Federal. Ademais, as instituições de ensino, em parceria com diferentes veículos midiáticos, devem reforçar a importância da diversidade em nosso país, por meio de campanhas e palestras que estimulem o conhecimento das áreas rurais e periféricas, possibilitando a plena democratização da sociedade brasileira.