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Enviada em: 06/05/2017

A produção cultural é, sem dúvidas, uma das características mais pertinentes a existência humana, sendo assim, esteve presente em todos os períodos históricos, justamente por se tratar da manifestação do pensamento intrínseco ao homem de um determinado tempo. A democracia,por si só, tem como pretensão original considerar a heterogenidade presente na sociedade, portanto, para que seja cada vez mais inclusiva quanto as manifestações variadas, deve estabelecer um espaço amplo para debate e assimilação cultural. No que se refere ao acesso, é possível perceber que a dificuldade ainda é notória, devido a ineficácia do governo em promove-lo, e ainda, a uma ideia que a cultura se limita somente a alguns segmentos sociais.     Entender a inclusão dos mais diversos grupos no âmbito artístico deveria ser um dos papéis desempenhados pelo Estado. No entanto, o que se observa é a falta de incentivo, vinculada, sobretudo, ao interesse em manter boa parte da população longe de um ambiente no qual é explorada a manifestação individual. Em países como Japão, cerca de 15% do orçamento federal é direciado a investimentos de cunho artístico, ao passo que no território brasileiro somente 0,2% desse montante é aproveitado para democratizar o acesso cidadão. Compreendendo que o patrimônio nacional é uma maneira de garantir a identidade e a memória coletiva, a ação estatal deveria ser mais incisiva quanto a preservarção desse tesouro, visto que em tempos de globalização, a pluralidade vem sido cerceada.      Somado a isso, é predominante ainda a visão ligada a hierarquização das culturas que possui uma estreita relação com a condição econômica e a função social que cada grupo desempenha. Um interessante fenômeno para ilustrar a situação é a supervalorização da cultura erudita em detrimento da popular, visto que a intelectual é própria das elites que, durante toda a história, insistiu em ser a detentora da produção artística. Diante dessa ótica, percebemos que os universos culturais refletem as desigualdades intrínsecas ao sistema econômico vigente e que, dessa maneira, é necessário que haja um autoendimento de cada cidadão, independente da condição socioeconômica, de que é produtor de cultura, assim como qualquer outro.       Entende-se, portanto, que a dificuldade quanto a democratização do acesso é fruto da falta de incentivo governamental e a distorção quanto a produção cultural na sociedade. A fim de atenuar a problemática, políticas públicas voltadas para preservação da cultura popular como o IPHAN e investimentos através do Ministério da Cultura podem ser benéficos. Sendo assim, é fundamental a consicentização no âmbito escolar de que todo indivíduo é um produtor de cultura e que, dessa maneira, o autoendimento é primordial para aceitação da cultura alheia, assim como o acesso dessa por todos .....todtodos.