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Enviada em: 28/04/2017

Os povos primitivos a partir de seus costumes e de suas artes já expressavam uma forma de cultura. Por isso, esta pode ser caracterizada como qualquer construção artística produzida a partir da inteligência humana. Apesar de essa manifestação do homem se desenvolver concomitantemente à evolução do cidadão, estando no cotidiano deste, pesquisas divulgadas por órgãos governamentais, como o IBGE, comprovam que ainda há desigualdade no acesso à produção artística.  A cultura é considerada como uma forma de conhecimento capaz de apurar o senso crítico do indivíduo e, por isso, todo cidadão deveria ter acesso à esta. Entretanto, estatísticas do IBGE comprovaram que o acesso às produções artísticas é escasso, uma vez que 92% dos brasileiros nunca entraram em um museu,além disso, apenas 18% dos municípios possuem salas de teatro. Essa inacessibilidade, então, pode ser considerada como uma consequência do baixo investimento do Estado na área cultural que, por sua vez, prejudica esta democratização.   Ademais, no Brasil, há a presença de inúmeros povos, etnias e grupos sociais que possuem seu próprio conjunto de crenças, tradições e produções artísticas, tendo uma cultura específica. Democratizá-la, seria valorizar todas as manifestações, não sobrepondo uma em razão de outra, garantindo que todos os grupos sejam contemplados e desconstruído o etnocentrismo ainda presente na sociedade.Todavia, o acesso a essa diversidade não é efetiva.  Nesse sentido, um país que deveria ser símbolo de variedade e de mistura de costumes, acaba se resumindo a uma cultura monocromática, e o acesso, que já é escasso, fica prejudicado por uma falta de interesse dos próprios cidadãos. Sabe-se que é importante garantir o acesso à leitura, ao teatro, ao cinema. No entanto, é preciso, em primeiro lugar, que a população perceba a importância desses itens para a formação de um indivíduo. Possibilitar essa aproximação  sem criar essa consciência no povo brasileiro não resolva, mas mascara o problema da falta de democratização.  O processo de aproximação do povo brasileiro com seu patrimônio cultural deve ser intensificado. Por isso, ainda há muito o que ser feito. A princípio é essencial que o Estado destine mais capital para a área cultural. Desse modo, é fundamental a promoção dos costumes de grupos desprivilegiados socialmente, tanto por parte do governo quanto da iniciativa privada, divulgando e valorizando seus costumes e manifestações, por meio de programas de televisão, campanhas e até festivais temáticos. Além disso, a criação de locais de estímulo ao contato das crianças, adolescentes e adultos com o universo literário e cinematográfico, por exemplo, poderia representar uma tentativa de democratização mais tangível e realizável.