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Enviada em: 30/04/2017

A inclusão cultural no Brasil.          O acesso à cultura no Brasil ainda é muito desigual, apesar da Constituição garanti-lo como direito de todo cidadão. Infelizmente, metade da população não vai ao cinema, teatro, museu e a shows por não ter condições financeiras de pagar a entrada que, de fato, é elevada. Isso gera um desinteresse pelo lazer de qualidade, ficando restrito à televisão e ao rádio - meios preferidos pelo povo. Dessa maneira, sem a democratização cultural, não há formação de senso crítico e de um conhecimento sensível do mundo, pois é a partir da cultura que se constrói o modo de ser e agir em sociedade.   Nessa perspectiva, tem-se um paradoxo: Como um país sincrético possui tantas pessoas sem conhecimento de seus costumes e participação na vida cultural?! Segundo o IBGE, os 10% mais ricos são responsáveis por 40% de todo o consumo de bens culturais, comprovando que o poder aquisitivo do povo não permite que se gaste com "supérfluos", como ir ao cinema e pagar cinquenta reais de ingressos e pipoca. Outro dado alarmante, divulgado pelo Instituto Pró-Livro, é o de que 44% da população brasileira não lê e 30% nunca comprou um livro. Em contrapartida, os indianos dedicam 10 horas semanais para a leitura. Essa triste realidade também tem suas raízes na educação, pois as crianças e os jovens não foram ensinados sobre a importância de ler e, principalmente, valorizar a literatura nacional, bem como o aprendizado das linguagens artísticas.   Decerto, essa situação gera uma falta de interesse do povo em procurar meios alternativos para se divertir e ao mesmo tempo adquirir conhecimento. Só a TV e o rádio não fornecem informações necessárias para se formar um senso crítico e opinião própria e, infelizmente, deixa os brasileiros alienados. Além disso, há pouco investimento pelo poder público em projetos que incentivem a socialização através das artes, como música, esporte, dança e teatro. Assim, sem tal apoio, não há transformação no comportamento da sociedade, não há renovação, melhorias na educação e diminuição da criminalidade. Cultura é ensinar a ter bons hábitos, noções de valores, regras de conduta, de higiene, de saúde e de sistemas de crenças, portanto, é preciso preservá-la.   Destarte, o acesso aos bens culturais não pode ser um privilégio somente dos mais abastados, pois aqueles tem a finalidade de integrar. Cabe ao Ministério da Cultura aprimorar e implementar políticas públicas em torno de projetos artísticos nas comunidades. ONGs podem ajudar na conscientização através de palestras, a fim de que população tenha conhecimento de seus direitos e para que o mito de que "cultura é só para intelectual" seja extinto. Além disso, é importante que a escola e a família sejam provedoras desse bem e eduquem as crianças para que sejam futuras formadoras de senso crítico.