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Enviada em: 30/04/2017

A construção do caráter de um indivíduo lastreada por experiências culturais de diversas ordens é a base da formação de cidadãos com capacidade crítica e argumentativa, capaz de melhorar a sua condição de vida e de todos aqueles com quem interage. Investir no acesso á cultura é uma atitude inteligente de governos que não temem a capacidade contestatória de sua população, ao contrário, desejando que esteja preparada para uma avaliação coerente as iniciativas tomadas pelo poder público. Desta forma, pensando na formação do cidadão com um todo, países desenvolvidos encaram o investimento para acesso á cultura com a mesma preocupação e seriedade com que visam saúde, segurança e educação.         Exatamente nesse ponto reside a grande diferença: os países emergentes, como o Brasil, encaram o acesso á cultura como lazer e não investem com seriedade neste importante elemento de política social e desenvolvimento intelectual do indivíduo. A cultura, em todas as suas formas de manifestação, integra e retira da marginalidade social. Assim não se trata de um artigo supérfluo que pode ser delegado ao segundo plano: não havendo possibilidade de acesso a teatro, cinema ou espetáculos de dança, que sejam ofertadas outras modalidades culturais mais econômicas e, da mesma forma, válidas.       Entre essas alternativas oferecidas no Brasil para a população em geral, destacam- se iniciativas como a Lei Rouanet que tem como objetivo financiar projetos de incentivo e divulgação cultural de espetáculos teatrais e de dança, mas mostrou-se insipiente diante da quantidade de investimentos necessários para atendimento igualitário da população. Muitas pessoas nunca estiveram em um cinema, teatro, museu ou nem leram um livro. A internet, como meio de divulgação cultural em massa , ainda não faz parte da realidade de muitas famílias brasileiras .       Em meio a todos estes problemas de exclusão cultural, de falta de recursos suficientes para atender á real demanda, não é muito fácil criar mecanismos para democratização do acesso à cultura. Qualquer iniciativa é saudável mas, já que outras formas são muito caras o melhor seria tornar a internet um elemento de inclusão sociocultural, através de acesso gratuito em escolas para que os professores e alunos possam assistir a espetáculos de arte, dança e teatro .Desta mesma forma poderia obter livros por meio virtual, como os que já existem em formato pdf , de domínio público. Poderiam ser criados projetos como cinema na escola, como forma de lazer nos finais se semana, aberto aos alunos e familiares. A internet, se bem orientada, pode ser um elemento de acesso ás diferentes formas de cultura, lazer e formação do espírito crítico do cidadão como elemento de integração sociocultural para toda comunidade local  minimizando, pelo menos em parte , a deficiência de recursos.