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Enviada em: 22/05/2017

No século XX, produções literárias, como Iracema, buscavam construir uma identidade nacional, baseada na idealização dos indígenas. Na contemporaneidade, entretanto, o desafio da literatura e da cultura brasileira encontra-se em atingir toda a sociedade, já que não há, no país, a democratização do acesso às manifestações artísticas. Fatores de ordem educacional, bem como social, caracterizam esse impasse.     É importante destacar, de início, que a omissão das escolas frente à temática está entre as causas do problema. Conforme afirma o pensamento do educador Paulo Freire, o aluno deve ser instigado a participar da produção do conhecimento. Nesse contexto, as escolas brasileiras seguem um sentido contrário ao não estimularem o contato dos jovens com a cultura, fundamental para o desenvolvimento estudantil. Como reflexo disso, o acesso a essas produções torna-se desigual entre os brasileiros.    Outrossim, tem-se a segregação cultural como consequência da não democratização das artes. Esse fator é evidenciado pela prática da gourmetização e camarotização, que consiste na separação das camadas sociais em eventos culturais. Além de promover um distanciamento entre as manifestações artísticas de uma mesma sociedade, esse fenômeno corrobora com a marginalização das produções da periferia, por exemplo, pela hostilização do grafite e do funk.    É notória, portanto, a influência de fatores educacionais e sociais na problemática supracitada. Nesse viés, cabe às escolas, em consonância com as ONGs da área, proporcionar o acesso à cultura pela população. A ideia é, por meio de feiras literárias nas salas de aula e elaboração de eventos culturais nas periferias, democratizar as produções artísticas no país. Paralelamente, a mídia, em parceria com a sociedade, deve desconstruir os preconceitos acerca da arte de rua.  Tal medida pode ser efetivada por meio de campanhas de conscientização na internet, garantindo a minimização da segregação cultual no Brasil.