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Enviada em: 29/05/2017

É possível afirmar que há diversas barreiras no que se refere à difusão igualitária da cultura no Brasil. Porém, a mais relevante e completa é a que aborda o acesso intelectual, ou seja, a compreensão das linguagens da arte, da história e do contexto social em que a cultura é criada. O acesso intelectual propicia um entendimento mais profundo de uma expressão e pressupõe dois trabalhos: o de formação de público e o de agentes culturais.    Para que haja telespectadores, clientes e entusiastas nos mais diversos eventos de manifestações culturais implica que se tenha o fator do interesse no resultado que estes possam promover mesmo como meras formas de entretenimento. A falta desse fator pode ser explicada pela ineficiência de uma educação de qualidade que semeie uma compreensão dos produtos culturais e sua relevância na formação da identidade de um cidadão e de uma sociedade. A formação de um público que tenha convivido com diversas experiências artísticas e linguísticas em suas mais variadas formas e modos, constrói um indivíduo com maior autoconhecimento e de sua comunidade, fazendo-o buscar e reivindicar o acesso à cultura.   Nesse sentido, para que seja possível uma maior expansão do contato cultural é imprescindível citar a formação de agentes culturais já que, são os prospectores do alcance das manifestações à audiência. O desenvolvimento profissional desses agentes é um grande empecilho na democratização pois por vezes o valor mercadológico é priorizado em detrimento do valor de catarse que a cultura tem. Além disso, esses profissionais também enfrentam embates como a preterição das expressões eruditas às populares, a centralização cultural que prioriza o ambiente urbano às favelas, e ainda os obstáculos econômicos e de acessibilidade.    Portanto, são inúmeras as vertentes que impedem a propagação do acesso a cultura no Brasil. É necessário que o Ministério da Educação inclua o ensino cultural diversificado na grade da educação de base de modo a fomentar o contato com tradições e hábitos de movimentos minoritárias e notórias para que cada um possa se identificar e sentir representado por elas. Vale também investir na formação dos agentes culturais com uma preparação mais sólida e mais estímulos do Ministério da Cultura para que estes possam promover sessões populares em regiões menosprezadas como a periferia ou até online e para que possam contar com recursos econômicos que proporcionem medidas de acessibilidade a deficientes visuais, auditivos e físicos.