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Enviada em: 17/06/2017

Nota-se que, hodiernamente, em plena contemporaneidade, a sociedade brasileira ainda encontra dificuldades para tornar o acesso à cultura igualitário. Isso só ocorre, devido a uma inadimplência governamental que coligado a instituições de ensino omissas contribuem para fomentação de uma carência cultural. Somado a isso, também há o crescente poderio da indústria cultural que dissimula uma formação de consciência desvinculada de identidade cultural.  Hoje, é perceptível que aproximadamente 44% da população brasileira não tem costume de consumir literatura, conforme os dados da UNESCO. Essa realidade, lamentavelmente, se estabelece por falta de uma promoção do Estado, pois ao negar uma educação transformadora nas escolas, cria uma relação de poder que tem como propósito incorporar nos corpos características de docilidade, segundo o filósofo Michel Foucault. E esse poder abstrativo que os governantes têm sobre o corpo social retira o acesso à cultura, à arte, à conscientização, à reflexão. A relação de omissão com a cultura é tamanha que o teatro nacional projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer em Brasilia, atualmente, é um local que oferece risco a integridade física das pessoas por não corresponder as diretrizes de segurança, o teatro segue fechado desde 2014, de acordo com a revista Diplomatique.   Além da negligência do governo com a democratização da cultura, outro fator que corrobora para essa mazela é a influência da industria cultural, Já que ela fomenta um comportamento e uma consciência coletiva na sociedade massificada com a finalidade de vender seus produtos, os quais são desprovidos de uma identidade cultural, não são artísticos. Esta desvalorização da cultura brasileira está tão incrustada que idas periódicas aos museus da cidade, aos centros históricos são entretenimentos quase inexistentes na sociedade brasileira, uma pesquisa feita pela instituição de pesquisa econômica aplicada (Ipea) revela que 70% da população nunca frequentou museus ou  centros históricos.  Portanto, para que se estabeleça a democratização da cultura, é necessária uma educação transformada que prime o pedagogo Paulo Freire, no qual visa a "leitura do mundo" através da conscientização, nas escolas, com a finalidade de propagar a criticidade para a população. Palestras sobre a importância da cultura para a formação de um pensamento critico, devem ser implementadas nos âmbitos midiáticos e em instituições, promovidas pelo Estado. Destinar verbas para a ampliação do entretenimento artístico,com o intuito de expandir á cultura, também fornecidos pelo governo.