Materiais:
Enviada em: 22/06/2017

Em 1985, no Governo Sarney, foi criado o Ministério da Cultura no Brasil, com a finalidade, sobretudo, de valorizar o patrimônio material e imaterial do país. Desde então, tornou-se mais fácil aproximar a população de seus costumes. No entanto, a democratização cultural ainda é bastante deficiente e desigual no território brasileiro, tanto pelo seu carente acesso físico, quanto pelo escasso acesso intelectual.    Em primeiro lugar, segundo a Constituição Federal (Art. 215) compete ao Estado garantir a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, apoiar e incentivar a valorização e a difusão das manifestações culturais, através da democratização do acesso aos bens de cultura. Contudo, de acordo com dados do IBGE, 73% dos livros estão concentrados nas mãos de apenas 16% da população. Portanto, é notório que os maiores centros de arte e cultura estão localizados em regiões específicas, ou seja, as pessoas que vivem nos grandes centros, provavelmente, têm acesso com maior facilidade. Logo, grande parte da população acaba se desmotivando ao precisar deslocar grandes distâncias, gastando  tempo e dinheiro para ter acesso ao conhecimento.     Outrossim, é de conhecimento geral que a cultura, além de uma forma de entretenimento e formação de caráter, é também uma ferramenta para a educação e crescimento do país. Todavia, ainda segundo dados do IBGE, apenas 13% dos brasileiros vão ao cinema alguma vez no ano; mais de 92% nunca foram a um museu ou exposição de arte e 78% nunca assistiram a um espetáculo de dança. Nesse sentido, maior parte da sociedade enfrenta grande dificuldade na compreensão das linguagens e do contexto social em que a arte é criada.    Torna-se evidente, portanto, que o processo de aproximação do povo brasileiro com seu patrimônio cultural está longe de acabar. Para isso, é importante a promoção dos costumes de grupos menos privilegiados socialmente, tanto por parte do governo quanto da mídia e iniciativa privada, para divulgação e valorização das práticas e manifestações, por meio de programas de televisão, campanhas e até festivais temáticos. Além disso, a criação de locais de estímulo ao contato das crianças, adolescentes e adultos com o universo literário e cinematográfico, por exemplo, poderia representar uma tentativa de democratização mais tangível e realizável.