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Enviada em: 15/07/2017

No ano de 1985 foi instituído pelo Governo de Sarney, o Ministério da Cultura a fim de reunir, preservar e disseminar nacionalmente as diversas manifestações do Brasil. No entanto, 32 anos depois, a ideia de acesso a todos parece ter ficado somente no papel, visto que o processo de democratização é marcado por diversos desafios. Nesse contexto, convêm discutirmos, não só os fatores que contribuem, bem como os que impedem a problemática de ser solucionada.            Em primeiro lugar as influências de um passado restrito as elites intensificam o impasse. Haja vista que no processo de colonização as diversas formas de arte eram desfrutadas somente pelos grandes proprietários de terra e em geral o resto da população vivia isolada. Consequentemente, com o passar dos anos tal situação ainda é expressada, tendo em vista que muitos grupos sociais por não possuírem uma boa condição social são excluídos de diversos eventos. Prova disso está no baixo número de pessoas que participaram dos jogos da copa do mundo realizada no país em 2014, no qual o preço do ingressos diminuiu as poltronas ocupadas por brasileiros nos estágios.               Ademais, o ambiente artístico tem sido vítima do processo de massificação. Isso significa que a arte está deixando de cumprir com o papel lúdico e social para ser transformada em um mero objeto comercial. As cópias de quadros famosos, por exemplo, tornam a situação ainda mais complicada, no qual a aquisição só é possível quando há boas condições financeiras, criando assim estereótipos, em que possui cultura aquele ser que consegue comprá-la. De acordo com o sociólogo Adorno, esse processo é chamado de indústria cultural e corrobora negativamente para maior restrição, marcando assim uma sociedade rodeada de desigualdades.               Fica claro, portanto, a necessidade de reverter os obstáculos que impedem o país de alcançar a isonomia no alcance a cultura. Para isso é fundamental que a Receita Federal invista certa porcentagem dos impostos arrecadados na aplicação de ações que incluam e acabem de vez com as restrições de acesso da população nos locais, como teatros e museus, oferecendo descontos e passe livre à aqueles sem condições. Em consonância, cabe ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) promover exposições gratuitas de obras que fazem parte da identidade do Brasil, para que se tenha maior alcance de indivíduos erradicando o desconhecimento dos próprios. Somado a isso, a mídia, por sua vez, deve através das meios de comunicação divulgar campanhas incentivando os usuários a se interessar pela questões artísticas, garantido conhecimento as gerações futuras. Por fim, é essencial que as soluções não passem apenas por ideias ou ideais e se concretizem.