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Enviada em: 27/10/2017

O verso de Carlos Drummond de Andrade ''tinha uma pedra no meio do caminho'' permite uma analogia aos desafios da democratização da cultura no século XXl, cujos empecilhos estão associados a grandes centros culturais e de entretenimento, como museus e teatros, localizarem, sobretudo, em grandes centros, construindo aos indivíduos que residem nas periferias ou nas zonas ruais barreiras em busca de sua democratização. Desse modo, é de suma importância analisar seus efeitos nocivos para desviar essa pedra no meio do caminho que assola a vida de tantos brasileiros.    Segundo o IBGE, apenas 13% dos brasileiros vão ao cinema alguma vez ao ano; 70% nunca assistiram a um espetáculo de dança. Um dado assustador, que caracteriza o lado negativo e obscuro da carência da cultura por grande parte da população. Infelizmente, ter acesso a cultura é residir em grandes centros, ou seja, é sinônimo de poder aquisitivo, constando a própria segregação sócio-espacial na nação. Reverter esse cenário é atribuir significado a frase do geógrafo Milton Santos, em que ''A globalização atual será mais humana se os recursos e as estruturas forem acessíveis a todos.''    Além disso, convém frisar que, a cultura é a ferramenta para aumentar as potencialidades e democratizar as oportunidades. Porém, em um país que preza pelo capitalismo exacerbado e não a igualdade de direitos, enfrentará passos longo e graduais para extinguir essa problemática. Na teoria, a a atual Constituição Federal de 1988, determina o pleno exercício de direitos culturais a todos os indivíduos, independente de sua raça, gênero e principalmente poder aquisitivo. Entretanto, na prática esse cenário é construído a partir de outros primas, em que o mais rico consegue frequentá-lo, visto que sua localização de residência o favorece. Com isso, permitir a análise desse cenário por entidades públicas é rever esse quadro de profundo caos e desigualdade social no Brasil.        Logo, como dizia Confúcio, ''Não corrigir nossos erros é o mesmo que cometer novas falhas.'' Assim sendo, é importante que o Ministério da Cultura, em parceria, com setores privadas, formalizem acordos, em busca de diminuir os seus impostos, a fim dessas empresas investirem em centros culturais nas periferias e zonas rurais, como teatros, cinemas e bibliotecas. Quando implantada essa medida, propiciará aos cidadãos o seu acesso democrático à cultura, tornando uma sociedade mais justa e igualitária. O Governo, por sua vez, deve investir maiores parcelas dos seus impostos arrecadados e destinar a cultura, em especial, o ''Vale-Cultura'', contemplando mais trabalhadores e suas famílias também, como filhos esposas e maridos, com a quantidade simbólica mensalmente. Só assim, será possível desviar essa pedra no meio do caminho em busca do progresso brasileiro.