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Enviada em: 06/10/2017

Durante o Renascimento, época célebre da arte europeia, ocorreu um movimento de ruptura cultural com as manifestações até então vigentes. Ainda assim, apresentava um fato que refletiria até o século XXI: a produção cultural financiada pela elite e restrita a uma minoria. Em 1985, durante o governo Sarney, foi criado o Ministério da Cultural para promover, gerenciar, financiar e valorizar o patrimônio material e imaterial do país e garantir o acesso da população aos bens culturais. No entanto, mais de 30 anos depois, cabe questionar até que ponto esse acesso é democrático.                   Em primeiro lugar, é importante entender o conceito de cultura. Este, constitui um conjunto de ideais, comportamentos, símbolos e práticas sociais aprendidos de geração em geração por cada povo. Assim, democratizá-la no Brasil envolve a valorização de todas as manifestações ao garantir que todos sejam contemplados. Todavia, percebe-se que ainda há muitas desigualdades no acesso cultural, por exemplo, quase todos os brasileiros nunca frequentaram um museu ou uma exposição de arte. A população praticamente não tem o hábito de leitura, já que o preço médio do livro é muito elevado se comparado com a renda dos trabalhadores das classes C, D e E. Além disso, muitos não têm nem mesmo acesso à internet, nem no trabalho nem em casa.                     Em segundo lugar, é válido ressaltar os benefícios advindos do acesso à cultura. Uma nação democrática é caracterizada por sua língua oficial e comum, moeda própria, respeito às individualidades, ordenamento legal e organização do trabalho. A cultura materializa o próprio ser de um povo. Arte, tradições populares, folclore, festas, danças, crenças, artesanato e hábitos comuns foram a cultura peculiar de um povo, que não pode ser reduzida a simples entretenimento. Sabe-se que é importante garantir o acesso à leitura, ao teatro, ao cinema. No entanto, é preciso, em primeiro lugar, que a população perceba a importância desses itens para a formação de um indivíduo.                  Evidencia-se, portanto que o processo de aproximação do povo brasileiro com seu patrimônio cultural está longe de acabar. O Ministério da Cultura deve estimular o desenvolvimento de projetos culturais gratuitos que visem a democratização do acesso a museus, cinemas, livrarias a toda população. O Poder Legislativo deve aprovar o projeto de lei que cria o Vale Cultura, em que o empregador deverá conceder R$50,00 por mês ao trabalhador que tenha seus direitos garantidos pela Consolidação das Leis do Tralho (CLT) e que ganhe até 5 salários mínimos, para fins exclusivamente culturais a fim de fomentar o desenvolvimento cultura. Além disso, os organismos governamentais devem criar canais de fiscalização que assegurem todas as manifestações culturais sem discriminação. Assim, um país mais democrático será formado.