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Enviada em: 12/08/2017

Habitado inicialmente apenas pelos indígenas, colonizado pelos portugueses, governado durante sessenta anos pelos espanhóis, alvo de imigrações e com um passado escravocrata, o Brasil se tornou um país culturalmente diversificado. Entretanto, a democratização do acesso cidadão à sua herança cultural ainda é um desafio a ser enfrentado pela nação, sendo necessária a tomada de providências que leve em consideração aspectos históricos e sociais.       Primeiramente, ao fazer uma análise da sociedade, é possível perceber a imposição da cultura como objeto de nobreza. Assim, as classes mais baixas são excluídas do acesso a teatros, museus, bibliotecas, cinemas ou até mesmo da internet; seja por falta de recursos financeiros ou de influências que legitimem a importância da valorização sociocultural. Por isso, quando Karl Marx refere-se a luta de classes como antagonismo entre pessoas de diferentes graus sociais, parece prever a assimetria que limita a cultura às camadas mais ricas.       Ainda que projetos como o "Vale-cultura" tenham contemplado meio milhão de trabalhadores brasileiros, facilitando a democratização cultural, a falta de espaços que preservem a memória do Brasil é um fator determinante à escassez do acesso à cultura. Grande parte dos municípios não possui espaços culturais, concentrando a maioria deses recursos nas capitais ou grandes metrópoles turísticas.      Portando, faz-se necessária a atuação do Poder Executivo no fornecimento de verba aos Poderes Municipais, para que por eles sejam criados no mínimo um local de expressão cultural por município.  Além disso, é primordial a intervenção do Poder Legislativo na elaboração de uma lei que garanta a meia-entrada aos espaços culturais dos cidadãos que comprovarem terem renda per capita inferior a maio salário mínimo por integrante familiar. Outra iniciativa plausível seria a ação do Ministério da Educação com a obrigatoriedade por escrito, da realização de pelo menos um sarau artístico por trimestre nas escolas, realizada por professores e alunos, no intuito de promover a democratização cultural desde a fase infantil.