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Enviada em: 20/08/2017

Exceção virando regra    Segundo o teórico político Robert Dahl, uma das características  da democracia na contemporaneidade é a garantia de acesso a fontes alternativas de cultura. Entretanto, nota-se que no Brasil o cumprimento desse aspecto é obstaculizado pela desigualdade social, que dificulta o acesso às camadas mais pobres, além das letárgicas políticas públicas investidas em cultura para a sociedade.     Mormente, destaca-se o contraste social como um fator que dificulta a democratização da cultura. Consoante o filósofo chinês Confúcio, a cultura está acima da diferença da condição social. Nesse sentido, deveria existir uma equidade no acesso a ela, mas o que se observa no Brasil é o oposto: a cultura é concentrada na mão de quem pode pagar. Um fator que corrobora isso é o alto preço de ingressos destinados aos espetáculos teatrais, que são realizados justamente com o dinheiro público. Ou seja, vive-se no país uma democracia ateniense, restrita à poucos.     Outrossim, constata-se o falho investimento governamental frente ao acesso cultural. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), grande parte dos municípios brasileiros são desprovidos de centros culturais, teatros ou salas de cinema. Apesar disso, o governo criou o Vale-Cultura, que destina ao trabalhador cinquenta reais mensais para entretenimento. Logo, observa-se uma incoerência, pois verbas são destinadas para algo que grande parte da população não tem acesso.       Destarte, urgem políticas públicas eficientes que contornem os desafios ao acesso cultural. Logo, compete ao Governo Federal o investimento na criação de centros culturais,  teatros, cinemas e bibliotecas, principalmente em áreas mais periféricas, a fim de fomentar o pensamento crítico do brasileiro. É mister, também, que ONGs culturais distribuam cartilhas que elucidem a importância do acesso à cultura para a sociedade, com o propósito de criar um hábito de leitura maior entre a população. Dessa maneira, o acesso à cultura se tornará regra, não exceção.