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Enviada em: 12/09/2017

Em Casa Grande e Senzala, Gilberto Freyre defende que a cultura no Brasil foi construída em três pilares: nativo, colonizador e escravo. Essa miscigenação, descrita pelo sociólogo, moldou uma nação com uma cultura rica, porém inacessível a toda população. Logo, a problemática pressupõe uma análise histórico-social e educacional.   Apesar das resistências indígenas e negras, responsáveis pela formação cultural híbrida, os costumes europeus sempre foram vistos como "superior" aos demais. Dessa forma, a cultura no Brasil foi dividida em classes, como se teatro, museus e ópera equivalessem aos mais ricos, e carnaval de rua, capoeira e manifestações folclóricas fossem típicas de classes menos favorecidas. Esse senso comum, enraizado na sociedade, tende a dificultar a democratização da cultura brasileira, a menos que haja um efetivo pensamento crítico que o contrarie.   Ademais, o desinteresse do brasileiro por sua cultura é um obstáculo para a sua socialização. Nesse contexto, os sistemas de ensino exercem um importante papel na percepção de cultura pela população. No entanto, as aulas de arte, obrigatórias no currículo escolar, não estão adequadas a educação artística, uma vez que não são enviados profissionais e materiais próprios à essa disciplina. Além disso, as aulas, geralmente, se restringem à teorias, dificultando o entendimento dos alunos, que acabam perdendo a afeição.    Portanto, o Brasil, mesmo sendo culturalmente rico e variado, enfrenta problemas para unir povos e seus costumes. Assim, é necessário a ação da sociedade civil (estudiosos, ativistas, etc) para romper esse pensamento de que a cultura tenha classes sociais, seja por meio de palestras, mídia e redes sociais. Além disso, é necessário que o Ministério da Cultura, juntamente ao Governo procurem melhorar o ensino da arte nas escolas, de forma a despertar o interesse do jovem pela cultura.