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Enviada em: 24/08/2017

O período pré-colonial do território brasileiro foi demarcado por numerosas migrações de diversos povos e etnias. Sob essa conjectura, a formação de uma pluralidade cultural foi inevitável e, no contexto atual, esta diversidade é um patrimônio do país. Entretanto, persistem problemáticas no que tange à democratização da cultura - seja pelo ritmo intenso da sociedade atual, seja pelo sistema econômico vigente. Logo, é preciso que haja modificações neste cenário para que este rico patrimônio seja mais bem aproveitado.      Conforme defendeu Zygmunt Bauman, o momento histórico atual é conceituado como "modernidade líquida", justificado pelas ideias e as relações interpessoais possuírem um caráter efêmero e imprevisível. A seguir esta linha de pensamento, a rapidez do cotidiano da população - marcado por intensas jornadas de trabalho e excesso de compromissos - acarreta dificuldades de reservar tempo para atividades artísticas e culturais, como ir ao cinema, ao teatro, ou até mesmo ler um livro. Por conseguinte, tais práticas tendem a serem relativizadas cada vez mais, o que ocasiona adversidades em diversas faces, pois, atribuindo-as com maior frequência na rotina dos indivíduos, podem possibilitar a amenização da criminalidade e contribuir para uma maior integração das pessoas em eventos de arte.      No entanto, o mau aproveitamento de tal pluralidade não se limita a questões sociais. É indubitável que o sistema econômico capitalista estimula consideravelmente a negligência pelas artes por parte da população. Isso é verossímil pois, pela busca incessante ao lucro, o preço dos livros, dos CD's e dos ingressos para shows aumenta cada vez mais - fato que distancia indivíduos de baixa renda. Além dos altos preços, a ideologia capitalista também se presencia nas emissoras de televisão que, muitas vezes, substituem programações que valorizam a cultura indígena e negra, por exemplo, por comerciais de longa duração. Portanto, tal modelo de economia fortifica-se paralelamente ao crescimento das dificuldades de democratizar a cultura no Brasil.     Torna-se evidente, no entanto, que são necessárias intervenções para garantir o acesso às artes por todos. Para este fim, no intuito de desmistificar tal relativização, o Ministério da Educação, aliado aos institutos educacionais, devem valorizar as aulas artísticas nas escolas - aumentando-as de forma quantitativa e dinamizando-as com eventos musicais e feiras artísticas feitas pelos alunos. Outrossim, os órgãos governamentais devem aprimorar o Vale Cultura já existente, legislando para que todas as empresas contemplem aos funcionários e aumentando o valor de crédito deste atributo. Por fim, a mídia deve exibir programas que valorizem culturas, como telenovelas que retratam os costumes indígenas para que, dessa forma, seja possível maior democratização da diversidade brasileira.