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Enviada em: 01/09/2017

Brasil, país multicultural onde a cultura é restrita   Marques do Pombal, que acreditava na atualização do iluminismo, conquanto ainda estivesse em vigência o absolutismo, deu a Portugal diversas mudanças que o tirariam do obsoletismo, trazendo modernidade econômica e socialmente. Com base na razão, teria para o rei todos os benefícios almejados por ele e tiraria do povo o sentimento de raiva contra a coroa que estava a se formar. Em paralelo a tal proposição, faz-se necessário ponderar sobre as empresas privadas do ramo cultural, que por meio de subterfúgios ditos coerentes e para o bem de todos, têm posto a população contra a parede, enganando-a quanto à cobrança de meia-entrada, aumentando seus lucros próprios em detrimento daqueles sem grande poder aquisitivo.    Habermas, filósofo contemporâneo, explica a razão sendo algo consensual, a ser discutida de forma aberta e honesta e de comunicação inteligível. Portanto, pode-se aludir a mídia cultural como entidade que deixou de transmitir valores democráticos, alienando pessoas, na busca pelo lucro. Vê-se tal falácia ao comparar os valores dos ingressos antes e depois da lei restringente da cobrança de meia-entrada, a qual teve um aumento de quase 6%, quando a afirmação foi, na verdade, sua queda. Num país onde o desemprego entre jovens é alto, tal fato diminui a capacidade dessa parcela da população de adquirir esse produto, tornando-o objeto de elite, cada vez menos procurado e homogêneo.    Entretanto, é sabido que, embora o percentual de pessoas frequentando teatros e cinemas tenha aumentado em 100%, somente em 2015, de acordo com a Agência Brasil, este número ainda é tímido e, muitas vezes, incapaz de sustentar todos os dispêndios necessários para espetáculos, como salários, manutenção e cachês, sobretudo naquelas cidades com baixo índice populacional.    Portanto, lembrando-se da máxima de Marques do Pombal de que é mais eficaz a moderação repreendedora do que a severidade que castiga, é impreterível que o Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura, incentive a entrada de pessoas a teatros, cinemas e afins, por meio da criação de uma carteira nacional de cultura, revalidada anualmente pelo diretor do instituto educacional, evitando-se fraudes, a qual assegurasse, novamente, a meia-entrada tão importante para os mais jovens. Ademais, diminuir impostos cobrados sobre esses veículos ajudaria na sustentabilidade dos gastos cotidianos. Assim, com o tempo, consumir tais eventos em questão se tornaria mais presente na vida do brasileiro, representando todas as camadas sociais e dando sustento para a parte comercial “de cujus”, uma vez que com a entrada cada vez mais expressiva de pessoas, haveria prosperidade.