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Enviada em: 19/09/2017

Segundo o geógrafo Milton Santos, "o simples nascer investe o indivíduo de uma soma inalienável de direitos". No entanto, muitas pessoas são privadas dos direitos culturais — que são parte integrante dos direitos humanos —, o que dificulta a democratização do acesso à cultura. Isso porque, há uma elitização dos espetáculos culturais, com preços elevados, ambientes restritos, além de não haver incentivo. Diante disso, ações afirmativas que ampliem o acesso aos bens culturais e que promovam inclusão, mostra-se o melhor caminho para democratizar a cultura.    De acordo com os sociólogos da Escola de Frankfurt, como Adorno e Horkheimer, o mundo vive de acordo com a "Indústria Cultural". Para eles, a produção artística e cultural viraram produtos, visam a lucratividade e o espetáculo. Assim, há um descaso com a democratização do acesso e do papel que a cultura deve exercer — que é de fortalecimento da identidade, conhecimento e desenvolvimento humano. Dessa forma, vários teatros, museus, cinema e espetáculos de dança, possuem ingressos caros, além de serem locais nobres e distantes, fazendo com que boa parte da população não tenha acesso e contribuindo para o aumento da desigualdade.    Ainda nesse contexto,no Brasil  não há incentivo e informação em relação à cultura. Com isso, muitas pessoas não possuem interesse ou não têm informação sobre o que a cidade oferece em espetáculos culturais. Por outro lado, várias cidades não possuem espaços reservados para isso, como cinemas, bibliotecas e teatros. Além disso, muitas escolas não incentivam à leitura e não oferecem aulas de música, dança e pintura. Assim, o acesso à cultura torna-se cada vez mais distante e restrito a classes sociais mais altas e a locais elitizados.    Fica claro, portanto, que há vários desafios para democratizar o acesso à cultura, e isso precisa ser solucionado. Logo, faz-se necessário que o Ministério da Cultura invista em projetos artísticos, como filmes, espetáculos de teatro e dança, em vários locais, principalmente em áreas carentes, além de fazer acordos para que hajam ingressos acessíveis para todos. Por outro lado, o Estado e as empresas devem oferecer vale-cultura aos seus funcionários para promover maior participação da população em movimentos artísticos. Além disso, as escolas devem priorizar a cultura, oferecendo aulas que envolva mais conhecimento musical, com danças, teatro e leitura. Por fim, a mídia deve divulgar, por meio de jornais e propagandas, datas, valores e os locais dos movimentos culturais de cada região.