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Enviada em: 24/09/2017

A letra da canção Aquarela do Brasil, do compositor brasileiro Ary Barroso, destaca o pluralismo que constitui a identidade cultural de uma nação e, consequentemente, a importância de preservá-la. Contudo, no país, a escassez de espaços difusores de cultura, como teatros e bibliotecas, restringe boa parte da população à baixa instrução. Ademais, a não valorização dos profissionais da cultura, tende a excluir cada vez mais a mesma do cotidiano social, fazendo-se necessário, por meio da educação, ações voltas para a concessão de elementos culturais pela grande massa.      Assegurados na constituição federal de 1988, os direitos culturais são tidos como direitos humanos, cabendo ao estado a garantia desses e o acesso à fontes de cultura nacional. No entanto, o descaso quanto a desigualdade na distribuição cultural, manifesta-se principalmente com a ausência de meios como teatros, museus, salas de cinema e bibliotecas, como destacado pelo IBGE, em pesquisa que aponta ausência de tais espaços em 70% dos municípios brasileiros. Além disso, a dificuldade de acesso à internet vivida pelas classes menos favorecidas, contribui com a exclusão ao universo cultural, bem como os altos preços cobrados para a ingressão nesse âmbito, a exemplo dos altos valores cobrados em média por um livro, culminando no hábito da falta de leitura entre os brasileiros, juntamente a falta de oferecimento desta atividade pelos órgãos públicos.    Outrossim, dada a má educação predominante no país, atividades contemplativas como dança, teatro, esporte e arte, passam a ser menos valorizadas, consequentemente não sendo atribuído à cultura papel fundamental no desenvolvimento de crianças e adolescentes, que permanecem sem as determinadas instruções acerca da importância da cultura na formação da própria identidade. Sob esse aspecto, muitos profissionais desse meio tendem a trabalhar por conta própria e, quase sempre sem incentivos, configurando a necessidade imprescindível da cultura para a construção dos valores de uma nação.     Portanto, tendo-se a desvalorização da cultura como uma quebra aos direitos humanos, a regular destinação de verbas aos municípios, promovida pelo governo federal para construção de espaços de caráter de preservação do patrimônio histórico e cultural, como museus e salões de exposições artísticas, visando destacar sua importância para a identidade nacional, seria eficaz na atribuição de maior destaque a vida cultural social. O Ministério da Educação, deverá promover, nesse campo, a introdução de atividades complementares como dança, teatro e oficinas de literatura através da obrigatoriedade dessas no currículo escolar, visando maior integração dos jovens com o meio artístico e cultural, além da promoção de palestras, de extrema importância para a conscientização coletiva.